sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Lamentações



Tem vezes que não tem jeito, o terrível gosto da amargura nos pega no laço, junto com o sentimento de vergonha e acrescido de palavras como: “Porque eu disse isso? ”, “Poderia ter feito de outro jeito”. Gostaria de falar dos dias em que apenas penso, irritado, que não deveria ter comprado aquele biscoito pra não ter que, depois, ficar contando moeda para minha passagem de ônibus ou que eu realmente deveria ter comprado aquela camisa que estava na promoção. Mas chega um dia em que devemos descarregar toda melancolia e não nos esconder por trás das cortinas do humor.
            Pior que arrepender-me por ter dado errado é arrepender-me por não ter feito, pois no primeiro caso, pode-se dizer que pelo menos tentei. E eu escrevo isso pra ela, para aquela que perdi para outro, pior, para a que perdi pra minha insegurança, a que perdi pra minha covardia. Me arrependo de não ter visto os sinais – ou fingido que não vi. Me arrependo de achar que apenas as curtidas mútuas no Instagram eram suficientes. Me arrependo amargamente de não ter puxado assunto – por mais bobo que pudesse ter sido.
Pra piorar, o canalha ainda é romântico, vi isso no vídeo que ela fez questão de postar nas redes sociais, vídeo no qual ele a pede em namoro na frente de todos os amigos. Me recuso a pensar nisso. Agora a última a imagem que me permito ter dela é seu sorriso direcionado a mim na nossa roda de amigos, a última imagem que tenho dela quando ainda podia ser minha, mas agora até essa imagem carrega arrependimentos, pois nem posso jogar nela a culpa por não ter me dado a chance, porque a culpa é minha: Eu não me dei essa chance.
 Atualmente me arrependo de não conseguir externar toda essa acidez que me corrói por dentro, de não conseguir soltar uma lágrima. Me arrependo de achar que chorar é coisa de gente fraca e que sou forte por não ligar. Porém, aos poucos, vou aprendendo que todo mundo consegue ser forte, mas ser fraco é nossa maior virtude.

Abravanel Marinho

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Hoje é seu aniversário, aniversário do meu amor, poderiamos estar completando quase um ano de namoro, mas quando você me convidou para passarmos o ano novo juntos, eu não fui, não fui porque não pude, mas você não entendeu, eu queria muito estar ali, seria nosso primeiro encontro, mas o nervosismo me tomou... Ai se eu pudesse voltar atrasar, sentir seu beijo, seu cheiro, seu abraço...
O pior de tudo é que depois você não me convidou mais, apesar de extrovertido, quando o assunto é relacionamento você fica tímido, acho que você está esperando partir de mim o convite, mas ainda não estou preparada. Quero dar o melhor de mim pra você, mesmo que agora depois de meses, receio que você não corresponda. Você é meio indeciso, nunca sabe o que quer, vem, da em cima, depois faz de bobo, é difícil de entender. Outro dia você mandou indireta pra gente se ver novamente, sinto que você quer, mais não tem coragem de dizer, como eu, somos muito parecidos, acho que todos passamos por isso!
Percebo que você se preocupa comigo e eu mais ainda com você. Algum dia quando eu estiver segura de mim, a gente vai se ver, sim, eu prometo. A cada foto sua e stories que você posta sinto que cometi um grande erro em não te ver, porque preciso estar perto de você, quer dizer mais perto. E agora irei escrever um recado pra você no seu aniversário, devo me abrir? Acho que não, provalmente será algo que vou lamentar futuramente, mas quando eu estiver escutando aquela nossa música, lembrando de cada momento junto de você, de cada riso, cada choro, seu cuidado, seu carinho, cada momento só meu e seu, a coragem vai nascer e vou correr pros seus braços.

Anitta Sincera

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Uma das coisas mais importantes da vida é fazer aquilo que desejamos, sempre que temos vontade.
Ao atingirmos maturidade, costumamos rever as promessas feitas a nós mesmos no começo de nossa jornada. E é nessa peleja da vida com nosso futuro que reinventamos nossos planos. Sufocamos nossas aspirações mais profundas e admitimos culpa e arrependimento pelo que não realizamos, e sendo assim, carregamos a cruz do que não pudemos fazer.
Essa empreitada nos obriga a tomar decisões que julgamos ser a melhor opção para sermos felizes e sermos o que todos chamam de “politicamente correto”, seguindo o estreito caminho do bem. No meu caso, segui alguns atalhos que me fizeram sufocar alguns sonhos e minha esperança de realizar aquilo que não pude ao longo dos anos. Não conheci a França com suas praças e monumentos históricos que tanto me seduziram e muitos países do Velho Mundo tão famosos. Não aprendi a falar inglês.
Meu arrependimento maior não foram viagens fantásticas, foi a dor de não poder dizer ao meu melhor amigo, e a tantos outros que perdi no curso da vida, que o momento mágico de um abraço valeria uma eternidade e ao mesmo tempo uma fração de segundo de um olhar sincero de uma amizade, valem tanto quanto a fé que norteia a vida religiosa de um sacerdote. Que o ceifar de um orgasmo com a amante que me deixou, poderia me dar a filha que nunca tive. E, torturante ainda, é relembrar e chorar aquele momento de dizer o “ eu te amo ” que você não disse. O arrependimento da dor e tormento do ato falho não falado, mas inconscientemente arquitetado e não articulado. Sinto arrependimento da minha indiferença com o cão que me viu chegar e eu o refutei após um estafante dia de trabalho e, abanando o rabo, me confiou sua fidelidade incondicional. Sinto arrependimento de minha recusa diante de minha irmã que pediu o batismo do seu único filho que morreu pagão.
São tantos desvios, tamanhas fugas de uma vida corrida, que me fizeram ficar dormente diante de toda essa lembrança. Uma tremenda falta de ar momentânea, que os flashes de memória quando me vêm à mente, mostram o caminho errado que segui, e é aí, neste desvão da consciência que o bate arrependimento e se revela a couraça covarde da razão, diante dessa tristeza escondida nas ramificações de meu rincão emocional.
Enfim, essas constantes passagens de que não fiz, não curti, são retratos deste ser que navega no remorso das ações que não fez, mas que tenta, apesar de tudo, resgatar o que de bom viveu e realizou no afã de um justo julgamento.

Julinho da adelaide

Desculpa sinceras



Hoje, sem nem ao menos esperar, lembrei de você. Sim, de você.
Comecei a me sentir sufocada com os sentimentos que prendi dentro de mim, por medo de julgamento, vergonha, receio... por medo de você.
Hoje, sentada nessa mesinha de bar, olhando ao meu redor casais felizes, sinto uma vontade imensa de te ver. Sabe aquele dia que sentamos horas e horas nesse mesmo bar e você com um sorriso malicioso no rosto disse ter medo do amor? Lembra também que eu disse que do amor eu ja estava imune? Então... menti. Antes fosse mentir só pra você. Eu menti pra mim. Não quis me perder na imensidão do seu olhar, por isso entre um gole e outro daquele fatídico dia eu não me rendi a você.
Pois então, ai vai o meu mais profundo arrependimento.
Me arrependo do que não fomos, do que sentimos e omitimos. Me arrependo de não rir com seu risinho de canto. Me arrependo de ter te dado o adeus.
Eu me arrependo, e entre uma lágrima e um soluço tento me conformar com a sua perda.
Fui fraca! Hoje eu só queria sentir o calor de seus braços sobre meu corpo. Sentir seu hálito com cheirinho de menta (seu chiclete favorito). Queria poder te sentir. Não só fisicamente. Eu sei que é egoísmo eu te dizer isso agora, dizer que sinto sua falta mas você desperta isso em mim.
Queria te chamar de meu amor, te chamar de meu bem ou qualquer adjetivo carinhoso...mas não tenho mas esse direito. Sua vida seguiu mas a minha? a minha parou, deu pane, deu perda total.
Me arrependo de não ter acreditado na nossa história de amor, de não ter acreditado no seu amor. Agora é tarde demais, tarde demais para um último gole nesse barzinho, tarde demais para sentir teu cheiro, tarde demais para te sentir.
Eu não acreditei em mim. Me desculpe por ter sido fraca. Me desculpe por derramar essas lágrimas. 
Meu maior arrependimento agora será nunca te mostrar essas palavras. Assim vai ser melhor.
Hoje, o vazio da sua falta pesa.
Eu acho que te amo e esse achismo é meu maior arrependimento.
 

 Macabéa