sexta-feira, 22 de setembro de 2017



Essa semana tenho que escrever sobre um sonho que tive, por mais bizarro que seja. Semana passada tive que escrever sobre o meu desejo mais oculto. Que tamanha exposição!
Como ousa esse professor nos ensinar a expor o que há de mais íntimo e obscuro em nós? Como ousa esse professor nos ensinar a ser sinceros e abertos nos dias de hoje, logo nos nossos tempos? Tempos em que as pessoas que demonstram pouco ou nenhum sentimento são enaltecidas.  Como ousa nos ensinar a falar sobre nós mesmos em tempos que é preferível falar dos outros?
Devo mesmo falar do sonho em jogava futebol com meus melhores amigos enquanto usávamos ternos e gravatas? Devo mesmo falar do atemorizante sonho em que, para participar de algo que queria muito, teria de matar alguém da minha família?
Dizem que o sonho é a manifestação do inconsciente a chance que ele encontra para desinibir-se.  Não encontrei, ainda, nenhum motivo válido para escrever sobre tais sonhos. Só me questiono porque não recebi o poder divino da interpretação deles. Mas, quanto mais escrevo, mais consigo entender que, para sermos mais humanos, precisamos nos expor, nos questionar e nos fragilizar. E, para que tudo isso aconteça, nos resta escrever, falar e sonhar.

ABRAVANEL MARINHO

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