sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Desejo de viver

Ele hoje parou para refletir sobre seu maior desejo, e chegou a uma conclusão: ele percebeu sua sede de viver. Sede de viver aquilo que acredita que seja o melhor para ele, aquilo que se identifica. Não o segure. Ele quer ver o mundo de outra forma, sair sem rumo, beber um café quente diante do pôr do sol de um lugar que jamais esteve traçado em seus mapas colados na parede do quarto.
Ele tem sede de vida, quer pegar umas mudas de roupas, ir para um lugar que jamais imaginou ir e ficar por lá. Por quanto tempo? Talvez ele possa voltar hoje, ou semana que vem ou pode nunca mais voltar. Apenas o deixe ir. Sabe do que mais ele sente sede? Ele sente uma incontrolável sede de se aventurar em novos amores, amores que talvez não saiba o nome no dia seguinte ou talvez saiba tanto a ponto de tê-lo em seu sobrenome. Ou então, conhecer gente, se apaixonar, se decepcionar, se separar...voltar e fazer tudo de novo.
É assim que ele espera que seja a vida. Ele não quer um conto de fadas, não quer que sua vida seja uma novela, um filme de romance ou um poema apaixonado. Ele não quer fazer parte da maioria, quer ser diferente. Quer ter histórias para contar, para se lembrar que viveu. Quer contar o que fez e não o que ele quis fazer. Quer sentir o gosto amargo do arrependimento de uma escolha errada, de um amor que não deu certo, de um caminho que cruzou e se perdeu.
Ele quer se afogar ao tomar o gole dessa vida. Ele tem sede de vida.

Macabéa Estrela


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