sexta-feira, 29 de setembro de 2017

É o fim daquele medo bobo

Arrependimento poderia ser facilmente meu sobrenome. Me arrependo do que já fiz, do que estou fazendo e até do que ainda vou fazer. Alguns podem acabar achando que é exagero meu, mas, olha, quem dera que fosse. Sonho com o dia em que irei tomar decisões sem que o remorso venha bater na minha porta logo depois.
     Parei pra pensar nos erros do passado. Já dizia aquela música do Revelação: “todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar”. Tantos erros bobos cometidos, erros daqueles de principiante. É, acontece. O bom é que tudo isso me serviu como experiência. Olhando por esse lado, fico até feliz por ter adquirido esses “anticorpos”. Porém percebi que o outro lado da moeda incomoda e dói mais: o lado do “não erro”. Esse “não erro” é tudo aquilo que eu deixei de fazer, e que me arrependo a cada vez lembro. Oportunidades que perdi para o medo; momentos desperdiçados pela insegurança; beijos perdidos para a ansiedade. Tudo isso me consome. Tudo isso aparece de repente para martelar minha cabeça antes de dormir. “Burra, burra, burra”, repito pra mim em voz alta. Eu deveria ter dito pra minha tia o quanto ela faria falta, mas não disse. Eu deveria ter aproveitado melhor meu último ano de escola, mas falhei. Eu deveria ter me permitido ser eu mesma, mas não me permiti. Não me permitia, até ontem.
     Finalmente estou me encontrando. Já consigo me olhar no espelho e me enxergar. Aquele medo que não me deixava ter nada se transformou em uma coragem que me faz ter tudo. Mas eu ainda erro, graças a Deus. E se eu erro é porque eu venci a minha maior antiga inimiga: eu mesma. 

Lady Murphy

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