sexta-feira, 13 de abril de 2018

Meu grito

Estou sem ânimo para escrita hoje, talvez seja pelo tema que irei falar mais adiante. Sigo exausta de tudo e inclusive desse momento em que meu país, ou melhor, o mundo vive. Não queria estar aqui vivenciando isso. Não queria ligar a televisão e ver mais uma reportagem de uma pessoa morta. As redes sociais estão um caos, as pessoas se odeiam e eu só não aguento mais.

Está sendo difícil ser feliz, mas muito fácil tornar-me infeliz a cada dia. Eu grito por educação, saúde, segurança, moradia mas ninguém me escuta. É por isso que fui vencida pela exaustão. Não, não quero conformar-me de que fui vencida, não posso perder essa guerra como tantos outros. Então, eu imploro para que seus deveres sejam cumpridos, dê segurança a mim e aos meus e seus semelhantes. Por favor, devolva a minha esperança, não roube também a única coisa que ainda tenho.

Eu choro, grito, contorço-me na cama e penso: por que isto? Por que mulheres morrem todos os dias e não se faz nada? Por que vocês governantes roubam bilhões de quem não tem nem centavos? Por que minorias são silenciadas e mortas? Por que o mundo está divido em esquerda e direita? Por que o meu ex-presidente foi preso inconstitucionalmente? Por que? Chego ao ápice de desilusão e meu grito torna-se ensurdecedor. Eu não quero desistir mas inconscientemente desisto, pois acabei de me calar em uma discussão de Whatssap no grupo da família.

Por Ermyniana Valente.

2 comentários:

  1. Eu me sinto como vc! Esse desânimo, essa falta de vontade de falar sobre o assunto, mesmo que ele seja tão necessário. Realmente está foda ficar bem diante disso e ainda aguentar alguns assuntos no grupo da família.

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  2. Amei a crônica! Também me sinto vencida pela exaustão. Mostrar que de tanto falar e exigir nós cansamos foi uma estratégia muito boa. Trouxe a crônica pra mais perto do leitor, pois facilmente se identificariam com seu sentimento. Parabéns!

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