Inútil, é assim que me sinto.
E também culpado.
Por ter a consciência da limitação do alcance da minha opinião, sigo minha vida como se nada estivesse acontecendo.
Ignoro meu próprio país.
É tipo quando você é criança, está no escuro, com medo e pensa que se cobrir é o suficiente pra não ter que encarar o suposto monstro que está do outro lado do edredom. Se convencer de que fingindo que não está ali, ele vai embora.
Aí a gente cresce e percebe que o monstro é real sim, não se pode andar na rua o dia todo com uma venda pra escapar dele. Esse monstro assume diferentes formas e sempre, sempre está nos noticiários.
Não faz sentido se juntar a ele se dá sim para vencê-lo. Apenas um grito em seu ouvido não o afeta e parece mais um sussurro, mas várias vozes em uníssono o deixariam tão atordoado que podiam acabar o derrotando.
Eu no momento estou rouco, por isso fico no aguardo desse Hércules que vai melhorar as coisas, porque estou cansado de me importar e ver tudo ao meu redor continuar igual. Na verdade, observo tudo mudar o tempo todo, porém com a mesma instabilidade, que me dá ansiedade.
Estou cansado agora e com essa cruel probabilidade vou passar minha vida toda assim, até me aposentar. Isso se eu não morrer antes, assim como a minha voz por agora.
O monstro me sufoca.
Enfim, jogo a toalha...com a esperança de que alguém a recolha e traga de volta pra mim.
Por São Valentim.
Gostei muito da crônica, mas achei meio forçado o lance da toalha. Ficou muito na cara que você tentou fazer algo diferente, e isso, pelo menos para mim, tira toda a graça. Mas a abordagem sobre a conjuntura atual do país e seus sentimentos sobre ficou realmente muito boa. Só não sei se realmente o lance da toalha se encaixou, entende? Mas de qualquer forma, parabéns mesmo! Ficou bem legal. ps: gostei de ter aprendido uma palavra nova (uníssono) haha
ResponderExcluirNão sei se foi uma estratégia, mas a divisão de parágrafos me pareceu um tanto exagerada. Mas fora isso, uma reflexão muito boa e uma ótima analogia com o monstro.
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