sexta-feira, 6 de abril de 2018

O Sol e a Lua

Ouvi dizer que o pôr do Sol era diferente pela perspectiva da ponte Rio-Niterói. Realmente, quem afirmou isso não estava errado, pois, ao mesmo tempo que era lindo, era vivo também. A forte energia que o Sol transmitia me fez personificá-lo. E aí, minha memória me levou a Nós. Éramos como o Sol e a Lua.

Sim, éramos o Sol e a Lua. Quem vê da Terra, acredita que sejamos próximos, o que infelizmente não é verdade. Nossa distância não é de 152 milhões de quilômetros, mas é quase isso; É uma distância de almas, que dispensa cálculos humanos. Por mais que eu tentasse, nosso romance era só imaginário, idealizado, perfeito. A Lua e Sol nunca vão se encontrar, que nem a gente. Somos cheios de defeitos e imperfeições, por isso, depois que tudo passou, voltamos a ser humanos.

Errei em te colocar em um pedestal, em acreditar que você era perfeita, afinal, até a Lua é cheia de falhas e crateras. E o Sol talvez seja egoísta demais, com um ego do seu tamanho, difícil de lidar. Quem sabe nas maiores utopias, alcançadas por meio das drogas mais pesadas, o casal de astros termine com um final feliz. Quanto a mim, não sigo com o Sol, que voltará às 6 horas de amanhã. Mergulho na eternidade, ou melhor, na Baía de Guanabara, após ter visto o mais lindo pôr do Sol de minha vida, o último.

Por Maria Joana.

5 comentários:

  1. Minha nossa senhora, só tiro. Tenho que lembrar de colocar meu colete quando for ler suas crônicas.

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  2. QUE texto. Chocada com o final mas amei.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. gostei bastante da analogia que você fez entre o Sol e a Lua com você e seu amado. Inclusive, isso que tornou sua crônica original! parabéns!

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