sexta-feira, 6 de abril de 2018

O conto de dois amantes

Lá estava ele, se exibindo aos olhares mais atentos como se pedisse para ser louvado. Sua imensidão mal pode ser vista desse planeta, mas sua beleza sim.  E como é possível a existência de tal fenômeno? Quem é o ser místico capaz de nos presentear com tamanho encanto todos os dias? Seria essa visão um exemplo de perfeição? Ainda não sou capaz de responder nada disso, se nem ao menos sei sobre mim, não saberia sobre ele. Ainda.

Imaginem uma dança. Uma dança na qual um corpo encontra a si mesmo no outro, e por alguns momentos são um só. Uma dança na qual a força mais gélida entra em comunhão com o que há de mais caloroso, e assim são capazes de criar uma neutralidade pacificamente agressiva.

Eu sou um desses dançarinos, ele também.

Ele é dissimulado, me seduz com suas cores e tons, flamejantes e intensos. Atinge meu imenso corpo com seus raios enquanto tenta me invadir. E quando sabe que já estou entregue se vai. Assim restando apenas a escuridão. Logo volta e com o passar do dia voltamos ao nosso jogo.

Apesar de tudo não nos tocamos. Não podemos. Isso nos mataria, e saber disso me mata um pouco todos os dias.

Eu sou apaixonado por ele.

Eu sou triste por não o tê-lo.

Eu sou seu maior admirador.

Eu...sou o mar.

Por JON LUVON.


6 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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  2. MUITO BOM, BUT, a revelação podia ter sido mais metafórica, ia dar um tom perfeito pra fechar seu texto, fora isso foi tudo show!

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  3. EU AMEI! Consegui absorver os sentimentos da sua crônica!
    Apenas uma sugestão: Na primeira frase da crônica ("Lá estava ele, se exibindo aos olhares mais atentos como se pedisse para ser louvado."), eu, particularmente, preferia que após "Lá estava ele" você colocasse um ponto final. Ia fica mais poético, ao meu ver.
    PARABÉNS!!

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