sexta-feira, 6 de abril de 2018

Ode ao coadjuvante ilustre

Pôr do sol sempre foi pôr do sol. Mas fico pensando o momento que o homem primitivo caiu em si, observou aquela esfera amarela que ele via todo santo dia sumir por atrás de uma montanha e resolveu dar algum significado.

Certamente passou isso aos seus filhos e netos, seja lá qual conclusão ele tirou. Fato é que o pôr do sol acompanharia nossa humanidade, e não daria trégua em um dia sequer.

E nessa brincadeirinha de rotina infinita que o universo jogou pra gente, o entardecer teria que dar as cartas em algum momento, né? Pois o trono de coadjuvante sempre perseguiu nosso atual protagonista. Por vezes ilustre, mas coadjuvante. Por vezes sequer coadjuvante.

Veja bem, quando os gregos deixaram o grande cavalo de madeira com os troianos naquela lendária guerra - essa mesmo que você está pensando - Agamenon esperou o anoitecer para ordenar o ataque. Deve ter sido o pôr do sol mais longo da história!

E quando Moisés guiou os hebreus após fugir do Egito. Ficou 40 anos no deserto. Imagina só quanto pôr do sol esse cara viu. Acho que além da capacidade do que qualquer pessoa poderia pensar.

No dia D durante a Segunda Guerra, os aliados jogaram bonecos de borracha repletos de espoletas. Ao baterem no chão, as espoletas disparavam e os alemães atiravam contra ninguém. Tudo à noite. Ai se o pôr do sol soubesse o quanto ele é importante. Dó de quem mora no extremo norte do planeta.

O encanto que ocorre entre o dia e a noite nem eu, nem o homem primitivo, nem Agamenon, nem Moisés, nem qualquer finlandês seríamos capazes de definir em qualquer concílio extraordinário do universo. Só que o nosso coadjuvante ilustre está aí. Todos os dias.

Por Almirante João Cândido.

9 comentários:

  1. Almirante, por favor, vamos casar. Só isso que tenho a dizer!

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    1. Vamos ter que resolver isso no tijolo. (risos) Desculpe mas não resisti. É que eu o amo também haha

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  2. belo ponto de vista, nunca tinha parado pra pensar nisso. Parabens!

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  3. Galera, ignorem o erro de concordância no último parágrafo, por gentileza.

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  4. ok já deu de segurar, né. vou ter que te declarar o amor da minha vida. amo o que você escreve, parabéns.

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  5. Suas crônicas, como sempre, impecáveis. Mais uma vez, sigo sem palavras. Parabéns!

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  6. Incrível! Ouso pensar que você tem uma formação em história. Ótimo texto.

    - Desproporção

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  7. Almirante é donx de nossos corações. Uma bela crônica, muito bem escrita e, para o prazer de qualquer amante da leitura, cheia de referências históricas. Ficou incrível!!

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  8. Suas crônicas são boas demais, parabéns

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