Vivemos numa era dos autos: autocuidado, autorresponsabilidade, autoamor, mas na
maioria das vezes o auto que prevalece é o automático. O quanto realmente nos
questionamos se estamos fazendo tudo com atenção plena e de forma consciente? Meu
coração parou por um segundo e uma luzinha no meu cérebro acendeu a partir do
momento em que percebi que o que me incomodava e me fazia mal estava funcionando
100% no modo automático. Mas como assim? Como deixei chegar a este ponto? Várias
questões surgiram em minha mente e de mãos dadas a ela, a culpa.
Bom, não sei direito como começou, só sei que após diversas experiências frustradas no
campo dos relacionamentos amorosos, comecei a me fechar, parecia que um
pseudônimo havia tomado conta da minha vida amorosa. Esse pseudônimo só buscava
relações casuais e sem profundidade a fim de satisfazer desejos momentâneos. Mas ao
mesmo tempo em que tudo é efêmero, a minha relação com o meu eu me mostrava que
a pessoa que permaneceria por mais tempo na minha vida seria só e somente eu e com
isso, algumas mudanças precisariam ocorrer.
E aos poucos fui identificando a minha dor. O curioso é que não só eu sofro com ela,
mas toda uma geração que nasce e cresce diante dos avanços tecnológicos e facilidades
advindas deles. Os aplicativos de relacionamento maquiaram todos os meus anseios
mais profundos de compartilhar a vida com aquele alguém especial. No fundo eu queria,
mas recalquei tanto esse desejo que por vezes falava dele com puro desprezo.
A minha dor foi ter me privado de viver tantas situações por causa do medo. E eu sei,
ainda sou jovem, tenho muita vida pela frente, ainda assim é inevitável esse sentimento
de desconforto ao descobrir que eu estive me autossabotando durante todo esse tempo.
Bom, aconteceu e agora eu sei disso. E a culpa, uma das melhores amigas do medo,
tenta se aproximar de mim também, mas dessa vez eu não deixo, ela e o medo podem
comprar uma passagem só de ida para alguma ilha deserta. Eu continuarei bem aqui,
vivendo a minha vida com novos olhos e um coração aberto e curioso para viver os
riscos do desconhecido.
Incenso de Baunilha
Gostei do seu texto, é um sentimento que acredito que toda nossa geração se identifique muito!
ResponderExcluirTexto muito bom, reinvenção sempre, Incenso.
ResponderExcluirFico feliz que você tenha entendido esse sentimento, lidado com ele e agora está aberto a novas experiências. O desconhecido assusta mesmo mas é nele que você pode vivenciar coisas inimagináveis! Seria um desperdício viver 70 anos sem ter se jogado nesse oceano de sensações desconhecidas pelo menos uma vez. 🌿
ResponderExcluirAchei bem escrito, facilitaria um pouco ter dividido em parágrafos
ResponderExcluirTexto nem um pouco cansativo. Gostei da ideia da era dos autos e isso de certa forma abriu minha mente!
ResponderExcluirAchei ótimo como você conseguiu abranger tanto a esfera pessoal e íntima quanto a geracional mesmo.Muito bom texto!
ResponderExcluirO texto fluiu muito bem, me senti envolvida no seu medo.
ResponderExcluirGostei do texto e de como abordou essa coisa dos autos. Me identifiquei com algumas coisas que você disse.
ResponderExcluirBom texto, Incenso! É muito importante reconhecer e admitir o problema, para que assim possa entrar em um processo de cura. O tema que abordou é pertinente e creio que alguns leitores podem se identificar contigo.
ResponderExcluirTalvez se os parágrafos estivessem divididos mais precisamente a leitura teria sido um pouco mais clara, no entanto, texto muito cativante, parabéns!
ResponderExcluirÓtimo texto, acho apenas que se tivesse com divisões demarcadas facilitaria a leitura e o desenvolvimento dela.
ResponderExcluirQue bom que você identificou algo que estava te machucando, agora é a hora da ação.
Ótimo texto, adorei a parte dos autos no início e a conclusão. Parabéns!
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