“Isso não vai dar certo, aqui é Brasil.”
“Tinha que ser brasileiro para fazer um negócio errado desse.”
Brasil, o país de: mortes, milícias, corrupção... do samba, futebol, carnaval, de bundas, favelas,
da caipirinha, das mulheres mais lindas do mundo, dono do jeitinho brasileiro. Tudo se dá um
jeito. Esses são os estereótipos que nos dão e, que muitos brasileiros acreditam que somos.
“Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças
sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.”
“No Brasil, em 2014, das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estudavam.”
É mais fácil pensar só na primeira parte, a que contém as notícias ruins e os estereótipos. E
por quê?
Muito talvez, porque sofremos o “Complexo Vira-Lata”, apelido dado por Nelson Rodrigues.
Talvez porque somos ensinados a amar o que é do exterior e a odiar o que é nacional.
O Museu Nacional queima no Rio. Comoção, mas logo foi esquecido. Catedral de Notre Dame
pega fogo. Muita comoção por brasileiros. Fotos postadas com legendas dizendo que não
estavam acreditando. Manifestantes na França quebram bancos e incendeiam locais. “Os
franceses sabem fazer manifestação como ninguém.” Brasileiros fazem manifestação em prol
da educação, ônibus são incendiados e vidraças de banco são quebradas. “A lá, tudo vândalo,
tudo comunista. Não sabem fazer manifestações.” Como se tivesse um manual de como fazer
manifestação.
A maioria dos brasileiros “odeiam” o Brasil e seu povo.
Ok, nosso governo também não ajuda, principalmente o atual. Mas o povo continua amando os
EUA. Ué, como? O presidente de lá é igual e pior, por ser mais poderoso, do que o nosso. Ué,
mas eles espionaram a gente, ainda amamos eles? Eles enviaram tropas para o Iraque e
mataram crianças e inocentes, e ainda os admiram? Eles não têm nem a expressão “ué” no
vocabulário, eu, particularmente, acho isso um absurdo.
Sério que você quer andar esbarrando nas pessoas e derrubando café ruim nelas? Quer ir para
praia com roupa que usa para ir ao shopping? Quer fazer aquele churrasco? SÉRIO?
Olha para cá. “Somos” aqueles estereótipos. Mas não só aquilo, somos muito mais. E o pior é
que eles sabem disso, mas não querem que saibamos. Vocês sabem que somos muito bons,
que nosso país tem tudo para ser o melhor e que nosso povo é tão receptivo. Fomos o primeiro
país a ter um método de eleição confiável e eletrônico, que em 24 horas já se tem o resultado.
Somos o único país do hemisfério sul a participar do projeto genoma. Tomamos banho todos
os dias. Temos as praias mais lindas e cobiçadas do mundo, eles vêm aqui para conhecê-las.
Sei que são tempos sombrios aqui no Brasil. Tantas queimadas. A maior floresta do mundo
sendo desmatada e “passando a boiada”. Nossos animais entrando em extinção. O governo
desrespeita a gente, a saúde, a educação e a nossa terra. Mas lá fora... lá fora tem disso e
coisa pior. Vamos fazer de tudo para nos defender, porque se não for a gente, ninguém vai.
E claro, defendam nosso maior orgulho e conquista. DEFENDAM O SUS.
Rita Skeeter
Parabéns, Rita. Gostei do texto.
ResponderExcluirMe identifico com o sentimento do texto, de tentar mostrar que o brasileiro é mais complexo que esteriotipos, de que outros paises merecem criticas tao maiores do que as que nos fazemos. Mas acho que você falou de muita coisa, muita mesmo. O seu recado final é tao necessario e ao mesmo tempo vc nem tinha tocado nesse assunto o texto inteiro...
ResponderExcluirGostei da maneira como conduziu o texto intercalando assuntos importantes e os menos relevantes, isso trouxe um tom humorístico para a crônica. Entretanto, esperava um final mais surpreendente.
ResponderExcluirAcho que se perdeu um pouco, não entendi qual o alerta está sendo feito, é sobre nossa suposta vontade de ser americano? sobre as queimadas, sobre as incoerências, não entendi mesmo o foco da crônica. Muitos assuntos abordados, desde atuais até muito antigos, pelo menos pra mim, não favoreceu seu texto
ResponderExcluirO alerta pode ser para todos.
ExcluirMas eu interpretei que a crônica poderia ser feita com uma teoria e ela poderia haver ou não um alerta. Era necessário uma teoria.
Talvez, o alerta maior, seja defender o Brasil e o povo, logo, tudo esta incluído.
Gostei da crônica e de como foi desenvolvido falando de forma mais leve em algumas partes, mas acho que tinha muita informação e isso acabou deixou pouco espaço para o seu alerta de fato, que ficou praticamente no final no texto.
ResponderExcluirEu concordo muito contigo e sempre bati na tecla do quão vira lata nós somos e que isso precisa mudar. Mas olhando pra 2020 e o nosso cenário atual só me trás tristeza. Não consigo pensar em nada pra me orgulhar da minha nação, só dá vontade de sumir daqui! 😥😢💔
ResponderExcluirGostei bastante do seu texto. Já tive a mentalidade de querer sair daqui um dia, mas hoje consigo enxergar toda a cultura rica que temos e como nosso país tem potencial pra ser um ótimo lugar de se viver... o triste é ao estudar história, perceber que o Brasil sempre esteve em períodos complexos. Tenho uma amiga que me ensinou a amar nosso país e me apresentou toda a riqueza musical que temos aqui, na época que eu escutava muita música em inglês. Em geral, curti muito seu texto, me fez pensar. Parabéns!
ResponderExcluirNão vejo problema o Brasil ser conhecido por suas favelas, inclusive eu tenho muito orgulho de ser favelada. Não atribuo sentido pejorativo a uma favela.
ResponderExcluirAchei muito boa a ideia do seu texto, mas eu fiquei um pouco perdida em qual era de fato o tema central. A amarração no final foi ótima, mas ela não foi explorada durante o texto.
Adorei as argumentações, muito necessárias e inteligentes, a abordagem e o desenvolvimento também ficaram ótimos. Parabéns!
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