A voz da mulher é a voz de Deus

 Sigmund Freud tentou. Tentou quando explicou em "Um estudo autobiográfico", uma de suas

ricas obras, que aprendemos o significado da palavra NÃO, ainda na fase anal do nosso

desenvolvimento. E esse ensinamento vem de uma mulher, na maioria das vezes aquela que

nos gerou. Mas alguns homens, ingratos por natureza, com o avançar do tempo esquecem

todos estes detalhes. Ou fingem. Potenciais estupradores. Público da indústria pornográfica.

Que mata e inferioriza. Que intimida e cala. A mulher gostosa na posição preferida de cada

punheteiro geme de raiva. Geme pois não pode gritar socorro. Geme sem o dom de falar. Sem

prazer, sem consentimento. Estupro com e maiúsculo.

Retrato da nossa sociedade. Aquela que não comete o crime, mas omite. O machismo

patriarcal em que batem no peito com orgulho para glorificar. E o grupo do Whatsapp só segue

lotando. Os casos de tio estuprando sobrinha na tela da TV e na hora do almoço sempre

aumentando. E o consumo da pornografia, o estupro velado, tem mais visualizações do que a

fala do presidente. Em tempos de pandemia, os sites estouram. É o tédio, eles dizem. De

crianças que cresceram e ainda não obedecem. Que colocavam a mão no ouvido quando a

mãe dizia NÃO. E seguem sem escutar. No país do carnaval as máscaras sempre caem. E

para quem for à igreja pedir a salvação para estes homens, lembrem-se dos padres que

estupram as coroinhas de 12 anos, pois elas ficam atraentes e gostosas de túnica branca e

vermelha. E diga a eles que pode até existir confissão para quem desobedece uma ordem de

Deus. Mas não existe sequer purgatório para quem desobedece uma ordem de mulher.

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