quinta-feira, 1 de outubro de 2020

PROVA

 Eu tinha uns 5/6 anos quando fui fazer uma prova para entrar numa escola nova. Sai

de uma pequena para uma grande e, claramente, fiquei super assustado. No dia da

prova, no caminho até a sala, eu acho, que muita coisa aconteceu. Alunos da escola,

bem mais velhos, passaram correndo e gritando. Minha mãe disse que eu me agachei

no canto da parede com medo, eu particularmente não lembro de quase nada. Fiz a

prova. Quando encontrei minha mãe, a primeira pergunta que ela fez foi: Qual era o

título do texto? E eu simplesmente não fazia ideia do que estava naquela prova.

Segundo minha mãe e meu psiquiatra, todo meu trauma veio desse dia.

Não passei na prova. Meus familiares e amigos da família ficaram boquiabertos,

porque eu era um ótimo aluno. Todos se uniram, levaram todas as minhas provas,

boletins e afins para a escola e por fim, me aceitaram e comecei a estudar lá.

No meu primeiro ano ainda tinha uns resquícios desse acontecimento e toda prova era

um dia inundado de ansiedade, medo e desespero. Com o passar do tempo, esse

trauma foi sendo camuflado e tudo foi voltando ao normal. Até que tive que trocar de

escola novamente.

Na nova escola, todo o meu trauma voltou e nunca mais foi embora. Minhas notas

voltaram a ser muito baixas nas provas, porque em trabalhos e todo o resto eu ia

muito bem. Os professores repararam essas diferenças enormes de notas e

chamaram meus pais para conversar. Eles contaram tudo que já havia acontecido e, o

coordenador junto com os professores, resolveram fazer o teste de me colocar sozinho

em uma sala para fazer as provas e ver como eu iria. Eu voltei a ir bem nas provas,

tirando notas altas. Esse método foi por pouco tempo, mas o suficiente para perceber

que havia algum problema.

E aí, comecei a estudar para o vestibular. A insegurança, ansiedade, o medo e o

desespero triplicaram e vieram acompanhados de crises e estafa. Tive

acompanhamento psicológico e psiquiátrico, estava melhorando, até que uma pessoa

bem importante falou para mim que eu não era tão boa e que eu talvez devesse

desistir do que eu sempre quis. Acho que não preciso falar o que aconteceu depois

disso.

Até hoje esses sentimentos me “assombram” quando algo envolve o nome PROVA.


                                                                                                                           Rita Skeeter

19 comentários:

  1. a escola é realmente um manancial de traumas. Gostei do texto, só senti falta de algumas generalizações, elas ajudam na identificação com o leitor, seu texto esta muito pessoal. Fora isso, gostei de como inseriu a lógica trauma recalque gatilho mencionada na aula, inteligente da sua parte! Parabéns

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  2. Sinto que esse assunto te causa um pouco de bloqueio, talvez por isso não tenha sido um desabafo mais aprofundado. Agora você está conosco na UFF, você é extremamente capaz e vai se sentir melhor com o tempo, e com ajuda da terapia também. Fique bem ! <3

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  3. Imagino que realmente seja um tema difícil de ser falado para você, acho que apenas senti falta de uma descrição um pouco mais profunda das suas emoções mais do que realmente apenas descrever uma situação.

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  4. Gostei muito do texto e de como você se expressou, mas como o pessoal já disse também acho que faltou aprofundar um pouco nas emoções. Talvez não tenha ocorrido por ser difícil pra você, mas tá tudo bem! Obrigada por compartilhar com a gente, parabéns pela crônica!

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  5. O método avaliativo de provas é tão complicado pq ela causa traumas como esse além de ignorar vários outros fatores de aprendizagem importantes. Não sei se existe um outro que consegue suprir essas falhas. Espero que um dia isso mude!

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  6. Senti falta de mais sentimento, parece uma história de terceiros. Imagino o quanto deva ser difícil para você isso tudo, mas não esqueça que você é capaz de mudar seu futuro e a forma como você vê e interpreta os acontecimentos. Mudar a perspectiva pode ser a chave. E olha onde vc chegou, né? Parabéns

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  7. Você não escreve mal, mas fugiu as emoções do texto tornando a narrativa chata e cansativa. A crônica aproximou-se em um dado momento de um desabafo de Facebook. Mas como no texto de superação, você está no ensino superior e tenho certeza que pode evoluir neste aspecto.

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  8. Acho que isso tudo realmente foi tão traumático pra você que ao contar os detalhes, busca entender como tudo aconteceu para poder solucionar essa questão. Porém, essa riqueza de minúcias acabou camuflando o seu próprio trauma, como você mesmo disse e fazendo a crônica ficar um pouco cansativa. Sobre a questão da prova: realmente é um método avaliativo muito cruel, mas acho que você vai conseguir ressignificar isso agora na universidade, em que temos muitos tipos de trabalhos diferentes. E como o pessoal disse aqui, você tá vivendo uma nova fase de muitas descobertas e mudanças :)

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  9. Gostei do texto e da descrição das situações, mas poderia ter aprofundado um pouco mais os sentimentos. Entendo que deve ser um tema difícil e isso pode ter te bloqueado de alguma forma... E Rita, apesar do seu medo olha onde você chegou?!

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  10. concordo com o que foi dito sobre faltar um aprofundamento, talvez esse bloqueio possa ter atrapalhado... de qualquer forma parabéns pela sua força, Rita, agora que está entre nós espero que possamos te dar o respaldo que merece. Fique bem!

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  11. O método de simplesmente colocar o aluno em uma sala pra fazer uma prova nunca ensinou nada a ninguém. Realmente ele é péssimo. Mas olha, como já dito, onde você chegou. Acho que dá pra você desenvolver um pouco mais esse lado sentimental também, mas acho que o tema também te deixou um pouco travado. É normal, você superou lá atrás e vai continuar superando sempre.

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  12. Olha onde você chegou! Meus parabéns! Mas quanto ao texto, senti falta de alguns elementos para que o leitor se aprofundasse na história junto com você.

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  13. Imagino que tenha sido difícil passar por isso e até escrever sobre, mas talvez por essa dificuldade você tenha tido receio de realmente "sublimar" as emoções no papel e isso acabou deixando o texto descritivo e distantes do leitor.Parabéns por ter superado esse trauma e ter chegado onde você chegou.

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  14. Acho que a maior prova de superação é você ter conseguido escrever essa crônica e, quem duvidou que lamente, para um trabalho da faculdade. Parabéns.
    Quanto ao texto acho que poderia ter escrito de uma forma mais convidativa, me senti pouco envolvida com o problema. Compartilhe o seu problema, o peso dele com certeza vai diminuir.

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  15. Primeiramente: Você é capaz e incrível, olha onde você chegou! Imagino que seja extremamente difícil pra você estar iniciando essa nova fase e espero do fundo do coração que você consiga curar esse trauma e saiba que suas notas não definem quem você é. Eu também tenho traumas que me dão gatilhos em coisas específicas e sei como estar minimamente perto delas pode ser assustador.

    Sobre o texto: Como muita gente falou senti falta das suas emoções e da sua presença no texto. Sinto que você escreve suas memórias pelos olhos dos outros, de forma descritiva e não se coloca inteiramente nas palavras (acredito que seja por conta da dor que o assunto traz, eu também tenho essa mesma dificuldade com certas coisas).
    Te desejo muita coisa boa. Se depois você se sentir confortável e precisar de qualquer ajuda tenho certeza que a turma estará aqui pra você!

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  16. O texto é muito bem escrito, mas como alguns já falaram, faltou aprofundar um pouco mais, sinto que faltaram alguns detalhes. Quanto a sua história, não dê ouvidos a quem não merece, você é totalmente capaz de fazer tudo que quiser.

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  17. Os processos avaliativos são responsáveis por muitos traumas nas mais variadas pessoas. Mas olha só onde você chegou!
    Parabéns pela força, espero que a Universidade cada um de nós represente um ambiente que te acolha e te ajude nesse trauma.
    Sobre o texto, vale uma atenção maior nas pontuações e no aprofundamento nos próximos.

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  18. Gostei de como você usou várias situações para explicar o trauma, imagino o quanto deve ter sido difícil escrever sobre isso. Parabéns pela força e pelo texto!

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