Estivemos juntos por 2 anos e eles foram incríveis. Porém, isso tudo é passado, eu devia olhar para frente, mas todos os caminhos parecem me levar até você. Todas as circunstâncias prometem seu regresso, tudo, menos o seu desejo.
Hoje o céu amanheceu nublado. Quando direciono meus olhos para cima, é como te olhar dentro dos olhos, uma pele clara como a neve junto de olhos gigantes e tão escuros. Eu nunca mais tive a graça de te olhar nos olhos, mas, é que o céu amanheceu nublado e isso alimenta alguma esperança. Tem certeza que não é você quem me olha?
Nós cuidamos tanto um do outro, eu perdi meu irmão, você perdeu seu pai. Fomos peça fundamental em nossos lutos. Eu não dormi naquelas semanas, te acompanhei na insônia que lhe assustava e você fez o mesmo por mim. Mas, em quem nos apoiaríamos quando o luto fosse referente à nossa união? Eu não sei, ainda choro o defunto que foi o indivíduo ‘‘nós’’.
Te tapo os olhos, seguro com força, beijo a sua boca enquanto te puxo o cabelo. Eu sempre disse que sexo era só mais um dos pilares, que o amor era mais importante, mas agora que você não me ama o sexo é o único pilar que sobrou de pé.
Eu nunca tive certeza de nada que tive, só tenho certeza do que não tenho. Hoje, que já não a tenho em meus braços, tenho certeza do quanto lhe quero.
Virgilio Expósito
Eu não consegui identificar a pulsão de morte, é um conceito muito complexo por isso posso ter deixado escapar algo. Fora isso é um bom texto, parabéns!
ResponderExcluirObg :)
ExcluirIdentifico a sabotagem em pequenos aspectos do seu texto, mas não acho que seja predominante nem tão relevante para o texto todo. Acho que é muito mais um "luto" ou arrependimento do que sabotagem. É uma crônica super intensa, mas não acho que foi tão coerente com o tema.
ResponderExcluirObrigado pelo toque ! :)
ExcluirGostei muito do texto e consegui te enxergar nele, mesmo não te conhecendo. Minha única crítica é o que os colegas já levantaram, sua pulsão poderia ter ficado mais clara
ResponderExcluirObrigado :)
ExcluirAssim como os outros já comentaram, senti falta de uma reflexão mais explícita da sua autossabotagem na história (que deve existir). Apesar disso, sua escrita me prendeu, gostei muito da sua crônica, parabéns!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu gostei muito da forma que você escreveu o texto e sinto muito pela sua perda. Mas na minha leitura não consegui identificar a sabotagem, apenas arrependimento talvez. Acho que se vc falasse sobre a razão do fim do relacionamento ficaria mais claro a pulsão de morte.
ResponderExcluirGostei muito da estrutura do texto e dos detalhes, mas não consegui identificar muito bem a pulsão de morte. Amei a frase final!
ResponderExcluirSeu texto está muito bem escrito mesmo. Gostei de verdade. Mas foi como os amigos já falaram, a questão da pulsão de morte apesar de subentendida, poderia ter ficado mais clara e ser mais explorada.
ResponderExcluirSinto muito pela perda do seu irmão.
ResponderExcluirO texto está muito bem escrito e da para sentir todo o sentimento de magoa e amor que está envolvido nessa relação.
Mas digo igual aos colegas acima, senti que a autossabotagem não ficou tão nítida. Talvez, enquanto você escrevia, tenha achado que estava bem aparente, porque era um sentimento seu, mas para nós, não ficou muito!
Sinto muito pelo seu irmão, Virgilio! É muito difícil romper laços quando nós mesmos não temos essa intenção. A questão da autossabotagem pra mim foi que a partir dessa falta que você sente dessa pessoa que você tanto quer retomar uma relação, você acaba se privando de conhecer outras e viver outros momentos. Espero que com o tempo você consiga guardar o que foi positivo desse relacionamento e se permita viver novas experiências :)
ResponderExcluirÓtima crônica, bem escrita e organizada. Consegui perceber a autossabotagem que você deixou implícita, cumpriu bem a proposta. Parabéns!
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