O ano não sei qual era e também não tenho certeza do mês. Lembro só que era bem próximo do final do ano, tinham algumas poucas decorações natalinas começando aparecer pela cidade.
Estávamos em muitos amigos, aquele parque tinha beleza por si só, mas tenho certeza que a sensação que eu sentia era ainda melhor por você ter topado ir.
Lembro que era um encontro por causa do aniversário da R.
Éramos muito novinhos, muito mesmo.
Não tenho certeza se já tínhamos dito tudo, se já tínhamos nos permitido sentir tudo, mas a “vibe” que estávamos compartilhando era incrível, batíamos na mesma frequência, exatamente tudo daquele dia nós concordamos, eu lembro. Foi incrível. Nós jogamos bola, todos juntos. Eu torci o pé várias vezes e não tenho muita certeza se a R. realmente marcou aquele gol ou não, eu não estava prestando muita atenção na partida naquele exato momento. Desviei o olhar quando encontrei com seu olhar em mim.
Lembro de darmos uma volta enorme no parque pra fugir um pouco da galera e ficarmos sós. A sapatilha (ridícula por sinal) que eu estava usando, machucou muito meu pé, bem na parte de trás. Você deu a ideia de sentarmos num toco de árvore e colocou um band-aid no meu machucado. Nem tenho certeza se aquele band-aid era meu ou se era um band-aid velho que por coincidência você tinha na bolsa. A dor passou quase que imediatamente, só por conta do seu cuidado. O band-aid na verdade não fez diferença nenhuma.
Algumas coisas são bem vagas daquele dia na minha memória, mas eu lembro de ter sido bem feliz. Era incrível te ver gargalhando por tudo.
Tentei muitas vezes me lembrar a data exata daquele dia, principalmente por essa ser uma das coisas que eu mais gosto de guardar. Sempre tive a mania boba de colecionar datas. Mas por alguma razão essa é uma lembrança sem data. Talvez uma estratégia da minha mente para fazer cumprir aquele clichezão “sem data para não virar passado.”.
Joana da Rua
Gostei, um relato apaixonado, fofinho. Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito do texto, da forma que você escreveu essas lembranças de estar "a fim" de alguém.
ResponderExcluirGostei da forma que a crônica dá uma sensação ótima de amor. Parabéns, deixou o coração quentinho.
ResponderExcluirGostei muito do texto, bem gostoso de ler e fiquei curiosa pra ouvir o segundo relato, acredito eu, dessa pessoa!
ResponderExcluirTexto muito bom e de leitura leve. Muito bonita a forma como detalhou a situação e como se sentia. Parabéns!
ResponderExcluirAmei o texto! Leitura bem fluida e relato muito fofo, fiquei curiosa pra saber a versão da outra pessoa da memória.. parabéns!
ResponderExcluirQue fofinho! Texto super fluído e gostoso de ler. Adoro ler histórias fofas de amor e carinho pra dissipar o clima tenso da vida. Nunca ouvi falar nesse clichê mas gostei dele, vou aderir!
ResponderExcluirOi, gente! Que loucura isso de mandar a crônica para a pessoa falar sobre as memórias dela sobre o mesmo acontecimento, né?
ResponderExcluirEnviei minha crônica e embora com um pouquinho de demora a pessoa me respondeu. Realmente temos memórias em alguns pontos bem diferentes sobre esse passeio no parque. A pessoa não se lembra de algumas coisas, como o band-aid especificamente, mas se lembra de termos arriscado jogar vôlei, se lembra de alguém ter levado um violão e termos cantado todos juntos (e eu não me lembrava disso até ser falado), e se lembrou de ter comprado um pacotinho de um biscotinho que eu gosto bastante de comer e eu mesma nem lembrava disso. Com algumas diferenças ainda assim lembramos com bastante memória afetiva desse dia.
Foi uma sensação engraçada confrontar as memórias. Penso em mandar para outros amigos que estavam nesse dia e ver o que eles se lembram daquele dia também, se eu conseguir respostas trago aqui nos comentários também.
E muito obrigada aos comentários acima!
A construção é muito bonita, adorei a conclusão do texto. Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito do texto! Lembrança muito fofa. Parabéns!
ResponderExcluir