quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Camisa Branca

 Era um dia ensolarado, e eu como grande amante e colecionador de camisas de futebol, tinha achado um anúncio muito interessante. Uma camisa branca, antiga, do meu time de coração. Só tinha um porém, a distância. Eu moro em Niterói, a anunciante em Botafogo. Como não poderia deixar passar essa oportunidade, juntei todo o dinheiro que tinha guardado, juntei notas e moedas, muitas moedas, buscando até na mochila aquelas perdidas para inteirar no valor.


 Para não ir sozinho, chamei um amigo, que também coleciona camisas de futebol. O plano era simples, eu pegaria o ônibus para o Rio no ponto perto da minha casa, ele entraria no perto da casa dele e íamos. Porém, não foi assim que aconteceu. Já no ponto, o ônibus desejado estava passando e eu entrei, a passagem custava por volta de R$ 8,00, comecei a mandar mensagem para o meu amigo, avisando que estava no ônibus, mas ele não me respondia. Quando estava chegando no ponto dele, ele me liga e fala que estava na rua de casa. Nesse momento, tinha que tomar uma decisão, seguia no ônibus e ia sozinho, ou saía e gastava mais uma passagem. Como ele estava fazendo esse esforço por mim, resolvi sair.

 Passamos no Burger King e compramos um lanche, no sol quente, esperamos meia hora até chegar o próximo ônibus. Quando chegou, entramos e fomos até a Central do Brasil. Fizemos a baldeação e fomos para Botafogo, seguindo o Moovit, app de transporte público, pois não sabia muito bem o endereço do anunciante. Saímos um ponto antes e fomos andando até encontrar com o senhor que vendeu a camisa para mim. Quando nos encontramos, ali mesmo na calçada, conversamos um pouco e fomos aos negócios. Assim que ele me mostrou a camisa peguei o dinheiro, algo em torno de R$ 250,00, mas de repente apareceu um pedinte. O senhor que vendia a camisa já o conhecia, pois ele ficava na vizinhança, logo conseguiu fazer com que ele fosse embora. Contei as notas e puxei as moedas, meu amigo se impressionou, por que não é comum no meio do colecionismo pagar com moedas, mas era o único dinheiro que tinha, fazer o quê?

Depois de finalizar a compra decidimos dar um rolé. Passamos em uma lanchonete e comemos um salgado, partimos para a praia e como fazia muito calor, nada como se refrescar com uma lata de Brahma gelada. Curtimos um pouco e pegamos o ônibus de volta para casa. Fizemos o caminho inverso e chegamos em Niterói, eu com minha camisa branca e sem nenhum centavo e meu amigo com uma boa história.

                                                                                                            Lucas Ribamar

10 comentários:

  1. Legal, só pontuaria que é ROLÊ, não "rolé".
    boa história, parabéns pela crônica.

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    1. Eu acho que foi intencional pra pontuar e marcar o carioquês!

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  2. Uma história legal, gostei da crônica.

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  3. Gostei da crônica, Ribamar. Só achei que foi muito detalhada e pode ter sido um pouco demais pro meu gosto. Mas adorei a história, parabéns.

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  4. Quando se cresce em Niterói, andar no Rio sem conhecer é sempre uma aventura maneira hahaha

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  5. História interessante, foi bem escrita. Mas com concordo com o Michael sobre os detalhes, não foi algo que atrapalhou o texto exatamente, mas acho que deixou um pouco cansativo. No mais, é uma boa crônica.

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  6. Gostei bastante do seu texto, bem leve de se ler (gatilhos também pois saudade de uma praia) Parabéns!

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  7. Gostei do texto! Só achei engraçado que mesmo vc narrando que tava meio quebrado, tu ainda conseguiu comer um BK, pagar uma passagem a mais e ainda comer um lanche numa lanchonete no rio provavelmente na praia com aquele superfaturamento gostoso! Hahaha

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  8. Boa crônica, conseguiu detalhar muito bem.

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  9. Boa crônica, mas acho que apesar dos detalhes todos não foi algo que me prendeu tanto, no entanto, não sei ao certo o que faltou para me prender mais.

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