Já era tarde da noite, carro em alta velocidade, minha mãe e minha tia nervosas mas tentando me acalmar, quando de repente, chegamos. Não era em nenhum lugar que eu gostasse de ir, pelo contrário, era um hospital.
Não lembro quanto tempo demorou, mas me lembro dos médicos em volta me examinando, me espetando com agulhas. Eu não estava calma.
Como poderia? Era apenas uma criança.
Não consegui entender quando não pude voltar para casa. O que estava acontecendo? Sei que estou sentindo muita dor, mas será preciso isso tudo?
Só queria voltar pra minha casa e brincar com os meus brinquedos.
Mas não, eu não voltei naquela noite. E nem no dia seguinte, e nem no seguinte.
Ficar internada em um hospital definitivamente não é algo reconfortante para uma criança de 5? 6?Bom, alguns anos.
Todos os dias eu pedia para ir embora e todos os dias eu recebia a mesma resposta “Assim que você estiver melhor você volta".
Mas quando eu ia melhorar? Será que em alguns dias? Não. Em algumas semanas? Infelizmente ainda não era o suficiente.
Será que eu nunca ia melhorar? As vezes eu ainda sentia dores, isso significaria que eu nunca mais ia poder ver meus amigos e brincar na pracinha de novo? Eu tentava pensar mais a fundo sobre isso, mas o quão profundo uma criança conseguiria ser? Eu não sei, a única coisa que eu sabia é que ficar ali me deixava triste e eu não queria ficar triste.
E então aconteceu, recebi alta. Depois de 2 meses presa em um hospital, tomando injeções e remédios todo dia, só podendo comer legumes ( e para uma criança, nenhuma injeção é pior do que ficar sem batata frita e chocolate), eu finalmente ia poder voltar para escola, ver os meus amigos e brincar com os meus brinquedos favoritos.
Mesmo após isso, eu ainda não entendia muito bem o que tinha acontecido comigo, mas naquele momento, essa era a minha última preocupação.
Princesa Consuela B. Hammock
Nossa, deve ser uma sensação horrível. Parabéns pela crônica!
ResponderExcluirJá peço desculpas pelo balde de água fria hahaha.
ResponderExcluirA versão da minha mãe é a seguinte:
Eu fui para o hospital pois estava com uma dor muito forte na barriga, mas no final das contas era só prisão de ventre, uma das fortes, mas ainda sim era isso ( o mico meu deus). Mas aí depois que eu já estava no hospital eu tive uma crise de bronquite fortíssima e aí sim foi algo mais preocupante e eu precisei ser internada.(Agora vem a melhor parte). Eu não fiquei meses internada, foram só 10 dias. dez.
Eu não sei nem o que falar depois dessa informação kkkkkkkk aparentemente, eu com 5 anos era bem dramática ou esses dez dias realmente passaram da maneira mais devagar possível
Eu estou realmente rindo muito que no texto tem a sua versão super dramática tipo "passei dois meses lá" e sua mãe te contando que foram só 10 dias haha. Texto legal e a versão da sua mãe mais ainda!
ResponderExcluirAdorei a crônica e mais ainda o comentário. Acho que para dar mais fluidez ao texto seria legal diminuir a quantidade de parágrafos, mas gostei demais. Parabéns!
ResponderExcluirFicar no hospital quando criança é tenso mesmo, achei que descreveu bem.
ResponderExcluirO texto com uma visão de criança foi uma estratégia muito inteligente, e o comentário foi a cereja do bolo hahahhahahah
ResponderExcluirHistória muito interessante e bem contada, o comentário com a versão da sua mãe foi ótimo quebrou todo o drama kkkkkkk. Acho que tem alguns pequenos erros de gramática mas nada que prejudicasse a leitura. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirMuito bom!! Incrível a história se passar pelo olhar de uma criança (você é boa nisso!) e mais incrível ainda ver a discrepância com o comentário da sua mãe. Não tenho dúvidas de que pra você, em toda sua agonia na época, esses 10 dias realmente duraram 2 meses. Parabéns!!
ResponderExcluirAdorei! Ri com o relato da sua mãe, muito bom hahahaha a noção de tempo é uma coisa muito doida na memória. Parabéns pela crônica!
ResponderExcluirHsushsu tô rindo do plot twist! O seu texto inicial super tenso e dramático e a resposta da sua mãe que isso tudo foi por causa de um prisão de ventre hahaha
ResponderExcluirA dualidade entre o seu texto e a versão da sua mãe é ótima, deu para notar que você repassou bem a sua memória de infância na crônica.
ResponderExcluirEu acho que amei mais ainda o plot twist, deu um charme enorme à crônica em si. Eu amo memórias de criança, a sensação de parecermos tão pequenos e as situações enormes, quando nem sempre é isso.
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