Nem eu sabia que eu sabia o que era sublimação... palavra estranha, chique e diferente.
Ao mesmo tempo tão familiar, comum e pessoal. Para uma pessoa que se considera
fechada e tem dificuldade de expressar seus sentimentos é melhor pensar que tá
escrevendo uma crônica de sublimação do que tá falando sobre um trauma, né?
Falando em trauma... ele me confunde. Ele é ele, mas tem dias que ele deixa de ser ele.
E eu amo ele. E eu detesto quando não é ele. O tempo fez eu detestar, mas fez eu ter que
aprender a conviver por ser ele. É triste perceber que mesmo quando deixa de ser ele é
ele. É um ele que eu não gosto, mas eu amo ele.
É difícil amar ele e não gostar dele, porque ele não deixa de ser ele. É difícil não gostar
dele, não consigo assumir isso para ele porque eu amo ele. É difícil entender que o ele
que eu amo é o mesmo ele que eu detesto. Ele é ele.
Eu faço tudo por ele. Eu não quero ser igual a ele. Eu adoro as coisas que ele me
ensinou. Ainda bem que eu não aprendi certas coisas com ele. Eu adoro ser parecida
com ele. O jeito dele é exemplo a não ser seguido. Ele é lindo. Ele é horrível, uma cara
de retardado. Ele tem muitos princípios lindos de se ver. Ele é ingrato. Ele é engraçado.
Ele fala as coisas mais sem noção do mundo.
Eu não sei o que seria de mim sem ele, não gosto nem de pensar. A minha vida teria
sido muito melhor ou pelo menos bem diferente se ele não fosse ele.
Será que ele sabe que ele é ele? Será que ele gosta dele? Será que ele assume que ele é
ele? Será que ele sabe que ele é o meu herói? Será que ele sabe que ele é o meu
bandido?
Eu não sei. Eu sei que eu amo ele. Sei que eu não gosto dele. Sei que eu quero que ele
viva muitos anos. Sei que eu nunca quis que ele existisse.
Se beber, não tenha filha.
Nakia Okoye
Obrigado, foi ótimo ler isso, nada cansativo. O paralelo feito me prendeu, me fez ir até o fim interessado em saber mais. Além disso, você fechou o texto de forma genial, parabéns, texto ótimo !
ResponderExcluirEm alguns momentos achei o texto um pouquinho confuso, mas no geral eu acho que você retratou muito bem a relação de amor e ódio que um relacionamento como esses pode trazer.
ResponderExcluirConsegui sentir o que você escreveu, talvez por eu sentir as mesmas coisas que você, consegui sentir a angustia, a confusão. Seu texto ficou lindo. Obrigada por compartilhar com a gente!
ResponderExcluir(Demorei um pouco pra entender que ele é ele, mas no final me senti completamente dentro do texto! Parabéns)
Pesado, muito bom, confuso como tinha que ser mesmo, e como são as relações humanas. Força.
ResponderExcluirAdorei a mistura de sensações e sentimentos. Acho que uma pausa no "ele" seria interessante para um respiro do leitor. Mas muito bem feito. A última frase me derrubou, muito boa.
ResponderExcluirCreio eu que alguns erros foram propositais, mas o texto foi bom...
ResponderExcluiradmiro o risco com a repetição do "ele",mas acabou ficando um pouco confuso, talvez em intervalos maiores entregaria melhor. Sobre o final do texto, eu amei a forma que escolheu, e as dualidades ao longo dos textos me fizeram passear nos seus sentimentos. parabéns
ResponderExcluirEm algumas partes o texto ficou um pouco confuso, mas a relação de amor e ódio ficou visível. No geral, gostei do texto.
ResponderExcluirParticularmente eu tenho um pouco de dificuldade de ler textos com palavras repetidas várias vezes, mas eu entendi também que era essa a proposta. Deu pra ler numa boa e curti-lo. Parabéns!
ResponderExcluirConfesso que no início fiquei um pouco confusa, mas no desenrolar do texto essa "confusão" me cativou! Parabéns!
ResponderExcluirA relação de antítese foi bem construída no texto com o seu "ele", que me confundiu um pouco no início, mas consegui compreender no final.
ResponderExcluirA repetição do pronome "ele" pode ser considerada um pouco cansativa, no entanto acho que funcionou bem com o texto
ResponderExcluirAcho que a confusão (talvez proposital) me fez me envolver ainda mais com o texto!
ResponderExcluirQue loucura essas relações, só quem passa sabe, né?!
Só atente para alguns erros