Nossa relação musical iniciou junto com nossa história. Muitas músicas sempre nos rodearam, músicas que iam de Mc Livinho a Pearl Jam em questão de segundos. Muitas vezes, como moscas, era insuportável, eu sei, a minha insistência em ouvir Red Hot, que ele me apresentara. Eu sempre amei o estilo que conhecer e saber tocar instrumentos trazia para ele, um ar de conhecimento único.
Ele sabia que eu sempre senti algo por ele, mas talvez sua timidez e minha vergonha não deixavam isso se resolver com tanta rapidez, mas valeu a pena esperar. Deitados na cama depois de mais um rolê caseiro regado a Balalaika e Arctic Monkeys, ele me deu um lado do seu fone: “So if you’re lonely, you know I’m here waiting for you” e ele sabia que eu estava. Eu sempre estive, eu sempre o esperei. Nunca esqueci dessa música que ele me apresentou e que virou tema da nossa relação. Dividimos uma cama, aproximamos nossos corpos, ativamos as borboletas do nosso estômago e compartilhamos a experiência do nosso primeiro beijo, como casal e como pessoas. Talvez a diferença entre esses dois conceitos resultou no nosso fim, mas isso não vem ao caso agora.
Eu só sei que foi mais que uma sensação de conquista, mas de prazer, no significado mais puro da palavra. Um beijo estranho, mas como não seria? Sem experiência, nervosos, mas na mesma sintonia. Driblar nossos medos e inseguranças talvez tenha sido uma das partes mais punks do momento, mas fizemos com maestria. Nosso beijo tinha amplitudes, graves e agudos que nenhuma outra experiência na vida me dera.
E meu amor etéreo se consolidou, tipo um disco, se bem que é um exemplo ultrapassado para o nosso amor moderno. O que veio depois foi história, foram aquelas músicas de karaokê que todo mundo está cansado de ouvir. De qualquer forma, tenho que agradecê-lo por ter contribuído, e muito, para a escolha do meu álbum favorito, e não me refiro às nossas fotos e playlists. Mesmo nessa carreira solo que se tornou minha vida eu sabia que desde o começo, desde o primeiro beijo ele já me mostrava que não me deixaria só, e por vezes mencionava com o olhar “I’m with you”.
Michael Scarn
Gostei da maneira que encaixou os adjetivos musicais, parabéns por isso e pela crônica, no geral muito boa
ResponderExcluirOi, gente. Voltei. Mandei a crônica para ele e disse que não foi essa música, foi "No one knows". Depois que ele mencionou, eu lembrei que também ouvimos essa, mas ainda acho que "Take me out" (essa da crônica) foi antes do beijo.
ResponderExcluirGostei muito da crônica e de todas as associações musicais, e saber que após esses anos vocês ainda se falam me deixou com um sorriso! Parabéns.
ResponderExcluirAh, preciso dizer que o primeiro parágrafo me conquistou hahahah tenho um fraco pra músicos e a forma como descreveu ele e as bandas apresentadas me fez relembrar vários momentos pessoais! <3
Texto muito bonito, a narrativa fluiu bem e gostei de como utilizou os adjetivos ligados a musica. Parabéns!
ResponderExcluirCaramba, que lindo?? Nem tenho o que dizer, parabéns pelo texto!! Ficou mt bom e você conseguiu passar o momento de forma muito bonita, quase deu pra sentir o que você deve ter sentido. Tenho que admitir que realmente me identifiquei bastante, não só na questão das músicas, como também nos sentimentos que você descreveu... (o que é engraçado, pq vc disse que tinha se identificado com a minha crônica da semana passada haha). Como disse a cigana, também fiquei muito feliz em ver que vocês ainda se falam.
ResponderExcluirNossa, gostei muito, mesmo!! você foi além de apenas narrar uma memória e conseguiu escrever isso de um jeito muito bonito, com metáforas e referências a música... fiquei de coração quentinho, parabéns pela crônica !
ResponderExcluirQue fofooo. Amei suas descrições, metáforas e relações musicais. Os detalhes deram intensidade a crônica. Parabéns!
ResponderExcluirExcelente crônica, bem conduzida e com referências que deixaram o título ainda mais pessoal para com o leitor.
ResponderExcluirMeu deus, AMEI todas as referências musicais e como você as usou foi definitivamente a cereja do bolo dessa crônica linda! Me senti muito contemplada. Já é uma das minhas preferidas do blog! Parabéns, Michael!
ResponderExcluirNossa, que texto tocante. Eu amei as associações musicais, deu todo o charme da crônica e faz todo sentido com os sentimentos da história. Parabéns!
ResponderExcluirAssociações musicais caíram muito bem, a escrita está muito boa e conseguiu passar bem os seus sentimentos. Ótima crônica, parabéns!
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