quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Uma simples pergunta

 Eram três dias. Três dias apenas para aproveitar. 

Foram meses planejando a viagem com os amigos, e depois de muitas tentativas e problemas com agendas desencontradas foi finalmente possível que todos fossem juntos passar um final de semana prolongado em Itaipava. 

Aquele momento era nosso. Tinha que ser. Oito amigos que se conhecem há tempo finalmente conseguindo a viagem que tanto queriam. Não era nada organizado, nem caro, mas era o que a gente precisava. Tudo estava corria bem, as mil maravilhas. 

Só que com oito pessoas juntas, algo vai desandar em algum momento. 

Era um sábado a tarde. O dia anterior era tudo que todos precisavam. Risadas, brincadeiras e claro, bebidas. O dia seguinte veio e uma simples questão de quais seriam os planos para a refeição acabou com o ambiente, pelo menos na minha cabeça.

Um grupo não tinha vontade de perder tempo, então achavam melhor fazer a refeição em um restaurante qualquer, enquanto eu estava louco para um churrasco. Para mim, nada melhor que o churrasco com amigos, mesmo que isso leve a um trabalho maior. Não foi o que aconteceu. Debates, discussões, voto vencido.

A partir dali qualquer opinião contrária eu via como uma espécie de provocação. O final de semana que deveria ser de paz virou tormenta. 

Uma simples pergunta, um simples almoço, causou todo o caos. Caos interno. Um furacão de ideias e questionamentos internos que você se faz julgando aqueles que você mais gosta e que mais gostam de você. 

O caos se transforma em questionamento, porém o questionamento é aprendizado. 


                                                                                                                                Péricles


10 comentários:

  1. Não consegui entender onde está a pulsão de morte, mas é um relato interessante, ansioso pelo churrasco da turma

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  2. Poderia ser um pouco mais profundo, mas entendi sua proposta.

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  3. Entendi e consigo identificar o tema na sua crônica pelo fato de que fui exatamente assim. Tudo bem, todos bem, todos felizes e eu me isolava porque sim, discutia porque sim e fui muitas vezes incoerente com tudo que acredito. Parabéns pela crônica!, gostei demais.

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  4. Não sei se foi falta de capacidade minha, mas não consegui detectar de fato onde estaria a sua autossabotagem na situação que você narrou (bem escrito, por sinal). Além dessa questão do tema da semana, é um bom texto.

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  5. Tive a mesma dificuldade dos comentários acima, se você estiver disponível para nos explicar. O texto é muito bem escrito, só faltou esse detalhe

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  6. Quando li o texto não consegui identificar a pulsão de morte mas depois analisando um pouco ficou mais claro. Gostei do relato e o texto foi bem escrito no geral, parabéns!

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  7. Eu entendi seu texto mais como insegurança mas de fato ela está atrelada a autossabotagem. Vejo como o caminho, porém senti falta da chegada.

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  8. Na segunda leitura entendi bem melhor, o texto está bem escrito, só acho que poderia ter detalhado mais, talvez ajudasse mais o leitor

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  9. Digo o mesmo que os comentários anteriores, não conseguir ver a autossabotagem.
    Mas o texto está bem escrito!

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  10. Acho que consegui entender a sua autossabotagem, porque faço o mesmo em alguns momentos. Texto bem escrito e é interessante a ideia de mostrar também como a sua autossabotagem teve início.

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