quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Alfinete

 Durante o primeiro ou segundo ano do ensino médio, resolvi participar de atividades extras da escola e uma delas foi o teatro. Fiz algumas sketches, estava gostando bastante, fiz novas amizades, me entreguei de verdade e poder fazer isso com a minha amiga foi melhor ainda. Eu estudava à tarde, mas participava das montagens e ensaios de manhã e aos sábados por volta de 8:00 horas (que aconteciam com frequência na verdade), esse foi um dos momentos em que mais me senti dedicada pra algo. Tinha dias em que eu ficava pensando que tava doida de fazer aquilo sendo que poderia estar dormindo, mas hoje não me arrependo nem um pouco, tive experiências que guardo comigo até hoje.

Bom, nossas apresentações eram boas e sempre tinham um público considerável. Então fomos convidados pra nos apresentar em um evento na praça da cidade, teve aquela mistura de medo com ansiedade e empolgação. Reunimos todo mundo, e fomos para o local. Chegando lá eu fiquei nervosa demais, mas subi no palco mesmo assim, todas aquelas pessoas olhando pra minha cara e eu rindo por fora e chorando de nervoso por dentro. Mas eu fui mesmo assim, estava ali mesmo assim.

Tenho a impressão de que errei algumas falas, improvisar era legal, mas nem sempre dava certo. Tinha uma luz batendo no meu rosto que me distraí a cada 2 minutos mais ou menos (certeza que alguém percebeu a personagens que estava com os olhos meio cerrados tentando enxergar o outro personagem que estava do outro lado do palco). Meu figurino tinha sido feito sob medida, mas a saia que ficou um pouco grande, insistia em deslizar e ameaçava cair de vez em algo, graças ao pequeno alfinete que alguém colocou (não me lembro quem me ajudou nessa hora) ficou tudo tranquilo durante a apresentação.

Fiquei impressionada em como eu segurei a barra e as coisas foram fluindo, quando me dei conta tudo já tinha terminado e estávamos agradecendo ao público. Acho que o que fechou aquele dia com chave de ouro foi o fato de termos que trocar de roupa dentro do carro de uma das pessoas da equipe da apresentação, um por um, foi emocionante.

Bem, pelo menos é o que me lembro.


                                                                                                          Gato de Chita

12 comentários:

  1. vc usou "tava" no primeiro parágrafo, e "estava" no terceiro, não entendi o uso desse "tava", talvez tenha sido na intenção de dar oralidade ao texto, mas pra mim não funcionou. A história é contada no gênero feminino, e o pseudônimo é masculino, claro que faz parte, mas entendo q seria melhor adaptar para o gênero do pseudônimo, afinal é ele q esta nos contando. No mais, parabéns pela crônica!

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    1. O "tava" e "estava" acabou sendo um descuido meu, a intenção era sim dar mais oralidade ao texto, mas misturei sem querer. Sobre o gênero feminino, não imaginei que seria um problema levando em consideração que já escrevi outros textos dessa forma. Obrigada pelo comentário!!

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  2. Gostei da forma que você fechou o texto com "pelo menos é o que me lembro", acho que isso vai ser interessante quando você voltar com a lembrança de outra pessoa.

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  3. Achei muito interessante os comentários nos parênteses, pois me deu a impressão de estar ouvindo a história por um amigo que vai lembrando dos detalhes e os insere na oralidade.

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  4. Agora as lembranças de uma amiga que participou da peça comigo:
    - ela não se lembrava de ter trocado de roupa dentro do carro
    - no dia ela também improvisou e errou algumas falas
    - a blusa dela ficou pequena e ficava abrindo (não me lembrava disso, acho que a costureira não estava num bom dia kkkkkk)

    Lembranças de uma outra amiga, mas que estava nos assistindo:
    - na verdade não foi só uma apresentação e sim duas, no segundo dia fizemos a apresentação fora do palco (não me lembrava mesmoo)
    - Ela não percebeu meus erros de fala e meu nervosismo
    - no final comemoramos numa lanchonete com toda a equipe (esqueci total dessa parte e agora acho que foi isso que fechou com chave de ouro e não a troca de roupas no carro)

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  5. Eu não gosto muito de parenteses hahaha, acho que tem outras formas de se falar o que esta dentro deles, mas ai ja é preferencia pessoal minha mesmo.

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  6. Achei interessante a abordagem mais "oralizada" e intimista e poder ler a outra visão nos comentários deixou mais divertido, parabéns

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  7. Em "Mas eu fui mesmo assim, estava ali mesmo assim." acho que poderia ser escrito "mas mesmo assim eu fui e estava ali". Porém não é nada demais, só tava procurando pelo em ovo pra falar algo mais que só "boa crônica, parabéns" hahaha

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  8. Texto bem dividido e a leitura flui muito bem, parabéns !

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  9. Gostei do texto e a narrativa nos aproxima de você. Gostei ainda mais dos detalhes das lembranças das outras amigas, sou super apegada a esses detalhes.
    Parabéns pelo texto

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  10. Ótimo texto, deu para imaginar muito bem os acontecimentos, gostei das lembranças das suas amigas também.

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