Desvendando Liev Vitorino
Vitorino. O imperador gálico conhecido — e assassinado — por tentar seduzir uma mulher casada? Não, talvez algo mais brasileiro. Já sei: Capitão Vitorino, nosso Dom Quixote dos trópicos, um louco lutando em prol do mundo e talvez, na mesma medida, sendo agredido por ele.
Liev? Fácil. Tolstói. Aquele que escreveu que “todas as famílias felizes são iguais; as infelizes o são cada uma à sua maneira”. Que nasceu nobre e em pouco tempo perdeu os pais; cristão, foi excomungado; escritor, censurado. Mas que viverá eternamente.
Tolstói soube descrever a Rússia czarista como ninguém. Você, Liev Vitorino, também parece ser um mestre na arte da descrição, mas, por vezes, segue o caminho oposto: escreve olhando para dentro. A propósito, “olhar”, “observar”, “olhos”, são palavras que aparecem muito nos seus textos.
Na primeira crônica, você conta que seu trauma pessoal o faz refletir se os olhares que te miram são inquisidores ou apenas curiosos.
A verdade é que eu, Karmen, sempre te enxerguei (repare na escolha do verbo: enxergar, não olhar) com grande admiração.
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