Drummond
Drummond é difícil de se colocar em detalhes.
Um, por ter camadas demais; outro, por ter camadas de menos. Um é vivo, mas o outro já não nos agracia com sua presença. Um já se permitiu escrever e discorrer sobre o que abalava sua alma, mas o outro poderia se dar esse luxo.
Apesar de termos um vislumbre de quem é o nosso Drummond, este é tão pequeno que mais parece uma olhada pela fresta de uma porta. As revelações curtas e de poucas palavras não nos entregam tudo que poderiam e, ao final da leitura, é como se ele estivesse acenando por trás de um vidro embaçado. É uma pena. Mas, como o próprio disse em um dos seus textos, existe o medo de se deixar levar pela vulnerabilidade e expôr demais.
Em vez de traçar um perfil, deixo aqui meu convite para Drummond: se exponha conosco. A vitrine que nos cerca não é totalmente transparente, permitindo que parte do nosso intrínseco fique visível para outras pessoas, mas não ao ponto de nos revelarmos. Eu gostaria de aprender mais sobre as suas facetas e sobre porque você escolheu determinada crônica; para isso, é preciso se deixar ser visto.
Por Inez Quadros
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