É A GLORY MARY
Inicio este texto com certa cautela, afinal falar sobre o outro sempre é algo problemático, afinal corremos o risco de ser injustos e de fazermos um mau julgamento. Tenho receio em causar feridas, por isso esta leitura é recomendada para quem quer relaxar. Eu, a quarta parede, escrevo com sensibilidade e é por esta, que falarei sobre a Glória Maria. Discreta, de construções poéticas e metafóricas bem estruturadas, noto certa invisibilidade, me parece que há muito a dizer, todavia, tenho impressão de que as vezes não quer.
Ela é misteriosa.
Parece-me alguém que não se expõe, fecha-se em seu casulo, e dentro dele, não conseguimos vislumbrá-la. Ora nos deparamos com seus textos incríveis, ora não a vimos pela multidão. Pluf. Poderia até chamá-la de Noturno, vide a forma abrupta como some e volta. Vai e vem, oi e tchau, sim e não. Embora não haja constância na frequência de seus textos, há firmeza em suas palavras, suas costuras não permitem lacunas e ela as realiza com maestria. Estou traumatizada... Espelho d’água.
Sua poesia é ímpar, talvez pautada em suas vivências, ou quiçá apenas tenha sido abençoada pelos deuses, vindo agraciada com dons sobrenaturais, estes em que vogais e consoantes despertam emoções em quem tem o privilégio de ler. Glória Maria talvez se assemelhe a própria Glória Maria, apresentadora e jornalista, também discreta, mas potente em suas colocações, em sua história de vida profissional. Eu gostaria de saber mais sobre a Glória Maria da UFF, qual a razão de ter escolhido este pseudônimo, suas vivências, o que lhe aflige ou o que a emociona. Se é homem ou mulher, se mais ri do que chora, porque ora escreve e ora não.
Estas questões muito provavelmente nunca saberei, então a mim resta apreciar suas palavras tímidas e precisas, na expectativa de que este texto a convide a adentrar mais nesta casa. Como quando recebemos uma visita querida, a tratamos com afeto e com ela ceamos, eu te convido a ficar mais por aqui, arrumei a casa para que você se sentisse à vontade, fiz um bolo de milho quentinho, o café está passado, vem sem demora. Não gostaria de permanecer? Você pode sentir o cheiro no ar? Sinta, esse odor de café é para te remeter ao aconchego, pode vir, não se acanhe, eu quero te ouvir.
Por Lilith Lili
Perfeito! Texto muito convidativo e ao mesmo tempo poético. Adorei os links que você fez em relação a inconstância dos textos da Glória. No final, senti como se você estivesse convidando-a para um grande abraço e uma conversa amiga.
ResponderExcluir