terça-feira, 23 de maio de 2017

Economia seletiva


A gente escuta todo dia que falta dinheiro daqui e dali no Brasil, mas salário de juiz parece estar tão valorizado pro governo quanto o silêncio do Cunha pro queridíssimo Temer. Para começo de conversa, o teto é de R$ 33.763, ou seja, não pode ultrapassar esse valor. Aí você pensa: "mas nossa, muito dinheiro mesmo". E não, o buraco é muito mais embaixo, a gente só dá de cara com a Samara desse poço quando aparecem os chamados penduricalhos. É simples, imagine aqueles cursos que te ligam oferecendo bolsa de 100% mas a matrícula custa aproximadamente um carro popular. O teto salarial seria a bolsa e os penduricalhos, a matrícula. A diferença é que a matrícula você paga uma vez só, já essas tais remunerações vão surgindo na mesma frequência que convite para sair para beber quando você está sem dinheiro. O negócio fica ainda mais complicado por isso tudo estar dentro da lei e daí a gente faz que nem o presidente, "tem que manter isso, viu?". Engole seco e toma aqui os R$ 50. (pausa) E mais ou pouquinho, talvez. 
São pelo menos 32 auxílios que não entram no cálculo, mas não tentem nos enganar, é aquele ditado: se "tá" no bolo, é recheio.
Um levantamento feito pelo "Estado" revela que um desembargador em Minas Gerais ganha, em média, R$ 56 mil por mês; em São Paulo, R$ 52 mil e no Rio de Janeiro, R$ 38 mil. Tem até auxílio-educação para quem tiver filho em escola privada e vocês aí reclamando do meme "porque uma calça para uma jovem de 16 anos é mais de R$ 300".
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Mas vamos passar o foco para o Moro, porque não tem como falar de juiz no Brasil e não citar esse ícone. Se a crise requer cortes, concordemos que sejam no Bolsa Caviar dele também, não só nas filmagens das declarações de Lula que, diga-se de passagem, foram o que não nos permitiu assistir em rede nacional a fofura que é o ex-presidente falando "PowerPoint". Além disso, Moro pensa que vai ser fácil lidar com Lula. Em um de seus interrogatórios perguntou: Senhor ex-presidente, você não sabia que Renato Duque roubava a Petrobras?
Lula, reflexivamente: Doutor, o filho quando tira nota vermelha, ele não chega em casa e fala: “Pai, tirei nota vermelha”.
Moro: Os meus filhos falam.
Lula, então: Doutor Moro, o Renato Duque não é seu filho.
O cara levanta um polegar, você entende que é um joinha e na verdade é um "hang loose". Acredite, isso não é para qualquer um. 
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Uma das explicações para esses supersalários é atribuída a evitar subornos e fraudes. O que não é nada convincente, já que é falado o tempo todo de crise, crise, crise, economia, superação de crise, cortes, e ah... não podemos esquecer da crise. Não dá para não interpretar essa prática como um abuso. Se eles estão ganhando esse dinheiro todo, precisa ser visto como está sendo gasto e qual a verdadeira necessidade. Me vejo obrigado a admitir que, honestamente e para o tão citado bem maior, a única saída milagrosa seriam específicas reformas trabalhistas no setor. O que achariam, meus caros? 

Amora Flor

3 comentários:

  1. Cometeu o mesmo erro de outro texto que li, usou informações de videos do Greg News. Até tem novas informaçoes, bom humor, mas faltou pesquisa, talvez. Apesar disso o texto é bom.

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    1. Obrigada pela crítica, mas gostaria de saber quais informações você identificou como já citadas nos vídeos do Greg News. Peço desculpas e digo que não foi minha intenção. Seria de meu interesse também saber se refere-se ao vídeo apresentado pelo professor ou a todos do canal. Beijos.

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  2. Gostei do início, estava gostando mesmo das metáforas e do sarcasmo mas do meio pro final parece que o texto murchou sabe? Faltou mais informação nessas partes, faltou realmente falar do Moro e achei o último parágrafo meio deslocado.

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