Na última semana, os dois maiores ídolos do Brasil se fundiram em uma única pessoa, com o objetivo de derrubar o forninho – também chamado de governo. Wesley Safadão e Joelma viraram Joesley – dono da JBS.
Na quarta-feira, ocorreu o maior plot twist da Operação Lava-Jato, que até então parecia ter como única meta encontrar provas que incriminassem o Lula. Bem, não sei se por estarem falhando nessa missão, mas o fato é que nos últimos episódios dessa série anticorrupção, pudemos acompanhar os maiores mocinhos se tornarem grandes vilões.
Naquela noite, a vinheta do “Plantão da Globo” aparecia nas tevês brasileiras. Causando, como sempre, crises de ansiedade e uma certa esperança de que o Moro, enfim, tivesse conseguido prender o Lula. Mas, não! O furo, dessa vez, trazia provas contra Temer e Aécio. Em áudios, para que eles sequer pudessem colocar a culpa no corretor.
Os áudios foram gravados por Joesley Batista, que têm como lema “antes de chorar minha mãe, que chore a sua primeiro”, e entregues como provas da delação feita por ele e seu irmão Wesley.
Nos áudios, Temer dá o aval para que se compre o silêncio de Cunha e indica Rodrigo Loures, deputado do PMDB, para resolver assuntos do tipo “receber uma mala com 500 mil reais numa pizzaria”. Aécio Neves, por sua vez, pede R$ 2 milhões ao empresário e sugere que ele mande o dinheiro por alguém que eles possam “matar antes de fazer a delação”.
E aí, meus amigos, o jogo virou... não é mesmo?
No dia seguinte, deu-se inicio à Operação Patmos. O nome da operação se refere à ilha em que o Apocalipse teria sido revelado ao apóstolo João. O APOCALIPSE. A revelação do fim.
Os selos foram abertos.
O senador foi afastado do cargo.
Descobriu-se que parte da grana que Aécio pediu foi depositada na conta de Gustavo Perrela. Sim, aquele mesmo... Isso, o cara do helicóptero com meia tonelada de cocaína, lembra?
O filho de Teori Zavascki publicou um desabafo levantando suspeitas de atentado sobre a morte de seu pai.
E tudo levava a crer que Temer renunciaria à presidência.
Mas o início do fim era uma pedra já cantada por muita gente, desde a época do famigerado golpe. Eu, por exemplo, sempre que conheço alguém, antes mesmo de perguntar o nome, falo: “primeiramente”. Se a pessoa completa com “Fora Temer”, está apta a fazer parte do meu círculo de relacionamentos. Afinal, não mereço conviver com gente que me acusaria de ter elegido o Temer ao votar na Dilma. Sim, “migos”, aquela gente que se orgulhava de votar no Aécio até poucos dias atrás (e que nem deve saber quem era o vice dele). Vocês já sabem qual o novo discurso deles né? “Não tenho político de estimação!” eles dizem. E a gente finge que esqueceu aquelas camisas ridículas que usaram – ou não!
Entretanto, até nas investigações Aécio Never conseguiu ficar em segundo plano. Voltemos, por isso, a falar do Temer. Michel conseguiu unir o Brasil contra ele. Na quinta de tarde, circulou a notícia da renúncia. A matéria do Noblat chegou, consecutivamente, em todos os grupos do WhatsApp. Houve esperança. Parte do povo se programava para sair às ruas. Outra parte se reunia nos bares para assistir ao pronunciamento. A expectativa era geral. E o marido de Marcela... nos decepcionou!
Puto da vida, Michel Temer fez a Dani Winits e colocou o Noblat no papel de Léo Dias. Gritou e repetiu que não renunciaria. Tirou o doce das nossas bocas. Mas deixou a sede por sua queda.
Fernando Pessoa dizia que “a renúncia é libertação”. O país inteiro compreende, agora, a necessidade de se libertar desse golpista. E “tem que manter isso, viu?”.
Libertação. Libertar. Libertadores.
Em pensar que tudo isso só aconteceu para acobertar a eliminação do Flamengo...
Laura Haruna
Laura Haruna
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