Quem vê de fora

Quem vê de fora pode se confundir. Afinal não estamos falando de qualquer pessoa
aqui. Em um momento vemos nossa personalidade ao lado de Saddam Hussein, bem
vestido – de terno e gravata. Em outro conseguimos vê-lo pronto para uma guerra.
Realmente, quem vê de fora dificilmente conseguiria entender sobre quem estamos
falando.
Quem vê de fora, nunca iria imaginar que um cidadão Neozelandês de uma pequena
cidade de Riverton se tornaria um dos cidadãos americanos mais respeitados por seu
trabalho, e por conseguinte viajar o mundo todo para cobrir guerras diversas sob seu
olhar único e sua garra pessoal para trazer relatos fiéis dos acontecimento. Ok, se você
não entendeu que estou falando de Peter Arnett até agora, provavelmente você está
vendo de fora. Vou te trazer para ver de dentro.
Não importam as roupas, não importa a terra-mãe. Importam as ideias, os ideais.
Importa o amor à profissão. Viver a vida intensamente. Importa seu nado em direção à
terra firme para conseguir entregar a informação para pessoas que estavam a milhões
de quilômetros de distância, isso logo depois de seu barco ter naufragado. Sua
imposição frente as autoridades americanas para não sair de Bangkok – em plena
Guerra do Golfo – e continuar noticiando a verdade independente do lado que
estivesse, e assim, ser odiado por milhões.
Um homem fiel às suas convicções, fiel ao seu dever no mundo, unicamente destemido
a ponto de ir ao encontro de um perigosíssimo terrorista nos confins do mundo de olhos
vendados e sem saber se haveria volta.
Realmente quem vê de fora não conseguiria entender de quem falamos.

The Sad Oak