sexta-feira, 12 de maio de 2017

Metamorfose Ambulante.

     
Sabe uma pessoa que precisa de muito para ser excepcional? Essa com certeza não é ele. Bastava pouco, mas mesmo assim, ele ainda dizia não ser muito. Com seus gestos, é claro. A mão balança com sutileza. De repente fora algum toque adquirido por um susto de uma bomba estourando a metros. Ou não.
Ideias perigosas, mas que levavam além do limite da linha imaginária do Jornalismo. Osama Bin Laden e Saddam Hussein. Alfinetada no governo americano. Cada ocasião demandava um estilo diferente. Roupas mais modestas. Calça, blusa, as vezes sapato. Quando a guerra acontecia logo ali atrás, e o próprio tinha que estar preparado: Capacete. No lugar dos sapatos, tênis. Precaução. E se tiver que correr? Ele estará pronto. Teria ele sido estilista em outra vida? Ou um ator que mudara muito de figurino? Era assustador. Ele sempre de acordo com a ocasião.
Buscava informações a todo custo. Se mantinha próximo a pessoas importantes em busca de fontes. Tinha grande espirito de equipe, mas eles costumavam o deixar sozinho. Um nômade solitário. A procura por justiça e informações precisas, geravam perigo. Mas ele era do povo. Tinha que levar a notícia verdadeira. Ele era o povo.
Dificilmente conseguiria ser bem-humorado, mas mesmo com a tensão tomando conta, ele era. O jogo de cintura era o maior dos dons. Cada ocasião demanda uma linguagem. Na caverna, no meio do fogo cruzado ou numa mesa de entrevista. Eu te conquisto dizendo o que você quer ouvir. Ele não.
Simples. Emotivo. Engajado. Corajoso. Persistente. Crítico. Genial. Peter Arnett.
                                                

                                                                                                     Nelson G. Rodrigues Jr.

2 comentários:

  1. Bom jogo de palavras, boas antíteses...Final fraco.

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  2. Eu achei descritivo demais. Faltou ousar mais com as palavras. A síntese em "ele era o povo" ficou muito boa

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