sexta-feira, 5 de maio de 2017

Maria Camelô

Era 21h00min, como de costume voltando para casa após mais um dia de trabalho, entrei na
fila do ônibus, chamei um rapaz que vende doces no ponto de ônibus, pedi uma pipoca, uma
daquelas pipocas doces que vez ou outra está murcha, mas ainda sim comemos no caminho
para enganar o estômago até chegar. Em minha frente vi duas senhoras, uma delas chamava-
se Maria, vi de longe quando um senhor gritou e acenou, ela timidamente retribuiu o gesto.
Atrás de Maria havia outra moça cujo nome era Glória, portava um crachá que carregava a
sigla EBX, logo deduzi que fosse um daqueles grupos que fazem investimentos na energia,
petróleo, indústrias navais, ouvi no jornal esses dias. A senhora bem baixinho puxou assunto
com a jovem dizendo “que vida de trabalhador não era fácil.” Respondendo ao comentário
daquela senhora a jovem logo em seguida disse que seria demitida no próximo mês e que
estava cumprindo aviso prévio. Estava inconformada, já que seu marido havia sido demitido há
cerca de dois meses de uma empresa ligada a Petrobrás, no ramo da indústria naval. O ônibus
chegou e me apressei para pegar o dinheiro, dei ao cobrador as moedas que estavam na
carteira. Sentei no segundo banco atrás do cobrador e em seguida Dona Maria e Glória
sentaram juntas em minha frente. Durante o caminho ouvi a senhora dizer que trabalhava
como camelô vendendo couve. Dona Maria indignada contou a Glória que não pôde trabalhar
na sexta- feira anterior, pois acontecia uma guerra nas ruas do centro. Logo, Glória reagindo à
indignação da senhora, disse: “Aquela “guerra” que a senhora viu nas ruas eram pessoas
lutando para impedir a reforma da previdência.” Maria com a voz alterada respondeu: “Eu sei
lá o que é previdência minha filha, só sei que a culpa dessa guerra deve ser desses “ladrão”
que dá trabalho e rouba o povo.” .

PSD: Isabel Cristina

5 comentários:

  1. Acredito que poderia ter trabalhado mais o assunto. O texto é muito descritivo, deve tomar cuidado para não ser cansativo e não ter o alcance que espera. Não gostei de como ficou estruturado, mas é opiniao própria.

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  2. Seu texto apresenta períodos muito longos, o que acaba comprometendo a oralidade e ritmicidade da leitura. Por conta disso, torna-se um pouco cansativo. Sugiro que tente desenvolver com parágrafos e algumas pausas de vez em quando para não cansar tanto assim o leitor. A ideia é boa, mas talvez pudesse ser melhor desenvolvida.

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  3. Não sei se foi intencional, mas a falta de pontuação me agrada. Traz uma sonoridade diferente e, talvez, metafórica, para o texto.

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  4. Acho que a questão da previdência e do desconhecimento da Maria poderia ter sido mais bem elaboradas :( Eu estava gostando mesmo do texto.

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