POV Dirceu Lima, 56 anos – Penha, Rio de Janeiro
Não sei o que eles querem fazer com isso. Essas novas regras, entendo pouco. Sou cearense e vim pro Rio novo, aos 16 anos. Hoje tenho somados 40 anos de contribuição, praticamente. Na teoria a história é outra, até os 26 anos não tive carteira assinada, trabalhei informalmente em bares, e os patrões nunca assinaram porque eu ficava por pouco tempo, logo a clientela caía e caía eu na rua outra vez. Então tenho 30 podemos assim dizer, mas ainda faltam 9 anos pelo que vi no jornal. Mais nove anos naquele banco, mais nove anos longe do meu Ceará, com a aposentadoria eu volto, prometi a minha família, mas ô dureza...
POV Marina Maia, 25 anos – Leblon, Rio de Janeiro
Quando me perguntam sobre a Reforma da Previdência e se já penso nisso eu digo que sou a favor, que meu pai me explicou tudo e que não me preocupo com nada, pelo contrário. É boa, não me afeta tanto, então acho que é boa. Tenho 25 anos e estudo em uma faculdade excelente, tenho nome renomado, então acho que emprego não vai ser difícil. Sempre repito o que papai costuma dizer rindo “Ninguém diz Não a uma Médica formada pela PUC e filha dos Maia” e de qualquer forma papai disse que me dá aquela forcinha com a Empresa. Preenche uns papéis ali e aqui, complementa com uns salários se eu quiser me aposentar logo. 60 anos é muito não é? É um ponto que eu critico na Reforma, de resto... Não vou trabalhar isso tudo, aliás, pra que? Então fico tranquila, deve ser melhor, daqui a uns eu começo a trabalhar.... uns 10 anos de contribuição e está bom, vou pra Europa depois, visitar meus avós, curtir as férias e a aposentadoria, é como eu disse não me preocupo...
Apesar de não prejudicar o texto de nenhuma forma, creio que você poderia ter afastado os personagens de alguns esteriótipos. No mais, achei um texto tranquilo de ler, principalmente pela estrutura. Parabéns!
ResponderExcluirEstrutura interessante. Achei simplista demais, no entanto, a descrição dos personagens. E não tem medicina na PUC-RJ! hahaha...
ResponderExcluirObrigada! O intuito era ser simplista mesmo, dar esse tom a vidas corriqueiras e extremamente opostas de moradores que dividem espaços da mesma cidade. Peço perdão pela ignorância em relação aos cursos oferecidos pela PUC-RJ hahaha Mas o foco foi colocar a personagem em uma posição social elevada e próxima às melhores oportunidades profissionais.
ExcluirComo já disseram, poderia ter se afastado dos esteriótipos, mas mesmo assim achei uma leitura muito interessante.
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