Há um grande homem no mundo.
Um homem que salva vidas a partir de suas palavras, que toca corações com o conforto característico de seu tom de voz. Um homem que preza pelo bem-estar do outro antes de minimamente importar-se com o seu. Um homem que é de idas, poucas vezes de vindas, mas que muda intensamente qualquer lugar por onde passa. É um homem velho, com poucos cabelos e um olhar profundo, de quem já viu muito nessa vida. Um homem experiente, que já foi a lugares onde muitos não teriam sequer a coragem de pisar. Mergulhou em águas densas e profundas, encarou o perigo nos olhos e encontrou-se com a solidão diversas vezes entre suas trajetórias nebulosas. É um homem de ganhos, mas também de perdas.
Há um grande homem no mundo, mas não tão grande assim. De estatura média, parece ser menor do que o peso que seu nome carrega. Pois não é. É, de fato, um grande homem. Um homem humilde e sincero, que conta seus relatos de forma simples porém meticulosa, trazendo suas experiências para a realidade de quem não as viveu. Com gestos discretos e emoção em suas narrativas, fala de suas vivências, de seus aprendizados e, mais ainda, dos perigos que enfrentou. Um homem que corre riscos, que toma a frente e que traz ao mundo algo já tão banalizado nos dias de hoje: a verdade.
Do Vietnã ao Golfo, da Tailândia ao Bagdá. Há um homem no mundo que arriscou-se para relatar conflitos, para desmentir interesses políticos e para fazer justiça ao povo de bem. Um homem que, mesmo vestindo terno e gravata ou trajando algo mais despojado, ainda assim é grandioso. Há um homem no mundo que se porta com seriedade, mas que sorri gentilmente ao tratar o outro como um igual e acaba por desfazer a primeira impressão. Um homem que fala de suas ideias não como quem apenas refletiu sobre elas, mas como quem as viveu. Um homem viajado, que coleciona amores e desamores, encontros e desencontros. Um homem que também é de sentimentos.
Há um grande homem no mundo que dialoga com o perigo, mas que não se deixa levar pelos contratempos. Um homem que preza por suas fontes, que cuida de seu profissionalismo, mas que não ultrapassa as barreiras da ética e da moral. Há um homem nesse mundo que, mesmo sozinho, não se permite ser influenciado pela maldade e desonestidade presente no mundo afora. Um homem de valor e de princípios.
Há um grande homem no mundo que dentre suas viagens já visitou o Brasil. Que, mesmo sendo tratado como celebridade, fala ao outro como um amigo. Um homem que é contador de histórias e que cativa os ouvintes de maneira indescritível. Há um homem nesse mundo que narra com carinho ao público suas experiências, que serve de exemplo para muitos jovens que buscam seguir o seu caminho. Um homem de palco, de relatos, de palestras. Um homem de história.
O homem de quem falo não é ator, embora já tenha trabalhado em televisão. Não é cantor, embora sua voz toque o coração de quem o escuta. O homem de quem falo não é escritor, embora suas histórias sejam tão inusitadas a ponto de assemelhar-se com ficção. Falo de um homem que destruiu barreiras, que lutou pela verdade e que mostrou ao mundo a realidade não retratada nos meios de informação. O homem de quem falo chama-se Peter Arnett. Um grande homem no mundo.
Louie Edmond
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