“Ser carioca é tipo assim. Paixão, prazer, amor sem fim. Se misturar pela cidade, compartilhar felicidade...” União da Ilha,2016.
“Carioca, sou da Lapa, Patrimônio cultural. E me banhei de alegria,
tiro onda, dou meu jeito, minha Vida é um carnaval...” Acadêmicos do
Salgueiro,2008.
Ser carioca é sempre se achar o mais foda e, que tudo na cidade
maravilhosa, apesar de seus problemas e contradições, é incrível. O Rato
Guaraná, como bom morador do Rio de Janeiro, também é assim. Botafoguense, Salgueirense
e tijucano, não necessariamente nessa ordem. Carrega, além das paixões pelo
time, pela escola e pelo bairro, diversos nomes em seu coração.
O seu primeiro amor se deu logo após sair da maternidade,
afinal, sua família sempre morou na Tijuca e, todo tijucano de verdade, já
nasce apaixonado pelo bairro, a “zona sul da zona norte”. O segundo amor se deu
em preto e branco, chorou copiosamente ao escutar, pelo rádio, o gol do Túlio
Maravilha contra o Santos que deu o campeonato brasileiro de 1995 ao alvinegro do Rio.
Ali, aos 7 anos de idade, se apaixonou perdidamente pelo Botafogo de Futebol e
Regatas, o time mais tradicional e carioca, na minha humilde opinião, do Rio de Janeiro. O
terceiro amor veio na adolescência, logo quando começou a frequentar os ensaios dominicais da vermelho e branca na Rua Conde de Bonfim, se apaixonou pelo
Acadêmicos do Salgueiro e, como tal, nunca foi melhor nem pior, apenas diferente.
Mas, sua vida não foi feita só de três amores. A começar por
sua primeira e única namorada, até então, mais velha, tão linda, cantora, viajava
ouvindo ela cantar, voz suave, adorava quando ela sussurrava no seu ouvido,
porém, como um sopro, tudo se acabou. Ela se foi. Sofreu e, depois disso, nunca
mais se permitiu amar intensamente. Viveu de pequenos prazeres. As segundas, com
a Bruna, as terças, com a Marcele, as quartas, com a Patrícia e, foi vivendo
assim, cada dia, um novo prazer.
Entretanto, mesmo com todos esses amores, paixões e
decepções, seu maior amor se manteve intacto. Rato Guaraná é, acima de
tudo, um apaixonado pelo Rio de Janeiro. Suas montanhas, mares e lagoas.
Prédios, casas e condomínios. Zonas Norte, Sul, Oeste e a Baía de Guanabara.
Rodas de Samba, grupos de pagode e no Copacabana Palace. Favela e asfalto. Em
cada canto da cidade, há um pouco de Rato Guaraná, afinal ele segue vivendo,
desfrutando e cariocando por aí....
* Esse texto é uma singela homenagem de um paulista ao Rio de
Janeiro, ao Botafogo de Futebol e Regatas, ao Acadêmicos do Salgueiro, ao
tradicional bairro da Tijuca e, primordialmente, ao Rato Guaraná, que me encanta,
semanalmente, com seus textos tão bem escritos e, no meu ponto de vista, muito
cariocas.
Jubiabá