De canto eu observava uma menina sentada em uma canga, lendo e anotando coisas em um
bloco. Eu poderia ter focado em outra pessoa, mas algo nessa menina me chamou atenção.
O cabelo dela estava amarrado em um coque frouxo, com duas mechas bem encaracoladas
balançando devido ao vento. Ela vestia uma calça larga e uma blusa de meia manga
estampada com planetas e estrelas. Esparramada pela canga estavam alguns livros, uma
câmera, uns óculos com lentes transparentes, mas que não eram de grau, uma mochila e
um casaco preto básico. Ao mesmo tempo em que lia, se preocupava em anotar no bloco,
em não perder o momento perfeito para fotografar o pôr do sol e ao sorrir e cumprimentar
quem por ela passava. Gostava de fazer tudo ao mesmo tempo e parecia se atrapalhar um
pouco com isso.
Ainda no canto, senti vontade de me aproximar, mas continuei por uns minutos a observá-
la. Parecia perdida nos seus pensamentos. Fazia muitas expressões para o livro e ria sozinha
do que anotava. Agradecia de forma muito educada todos os ambulantes que ofereciam a
ela seus produtos e até chegou a comprar um churro de chocolate que, pela cara de
contente e pressa em achar as moedinhas no bolso da mochila, julgo ser seu preferido. As
cores do céu ficaram vibrantes e ela correu para tirar a tão aguardada foto. A mão cheia de
açúcar do churro borrou a lente toda. De longe vi sua frustação e, como expressiva que era,
não hesitou em revirar os olhos e espernear por 2 segundos. Logo pensei comigo "ih, é
daquelas que todo dia posta no instagram foto de paisagem e escreve "mais um dia.
obrigada, Deus” na legenda".
Até que decidi ir de encontro a ela. Como se já me conhecesse, tagarelou sem parar (essa é
das minhas). Ficamos conversando um tempo, contei que adoro gente curiosa, bem-
disposta, educada e contente, e que por isso ela tinha chamado minha atenção. Ela contou
que faz jornalismo, mas que tem o coração divido entre psicologia e letras também. Tinha
acabado de sair da faculdade e estava esperando o ônibus para ir embora. Papo vai, até que
deu a hora e ela esqueceu (perdidinha, como eu disse). Saiu correndo com a mochila aberta,
os livros equilibrados em uma mão e a câmera com o celular na outra. Entrou no ônibus e
gritou que foi um prazer me conhecer. Gritei de volta:
-Foi um prazer também, Estrela do Mar!
Elipse
Seus textos são muito muito bons e esse não está diferente, Elipse. Adorei como você criou toda uma situação para representar a Estrela do Mar, você é muito criativa. A leitura foi bem fluída e divertida, me senti como se um filminho passasse na minha cabeça e concordo 100% com o que foi dito sobre ela. Parabéns <3
ResponderExcluirQue bom que gostou, Maria! Muito obrigada! ❤
ExcluirMuito bom texto, Elipse. Me senti abrindo o jornal O GLOBO de domingo e lendo essa crônica. Parabéns!
ResponderExcluirhahaha! muito obrigada, Jubiabá! É assim que me sinto lendo as suas! ❤
ExcluirOi, Elipse! eu AMEI seu texto! Adorei a forma que decidiu escrever, muito legal, um dos meus textos favoritos! Se eu achava que a Estrela era de uma maneira, agora concordo totalmente com você! Parabéns!
ResponderExcluirQue bom que gostou, Letra X! Fico muito feliz ❤ ❤
ExcluirOii, Elipse, desculpe a demora em te responder, demorei porque queria pensar no que dizer! E sinceramente, eu AMEI COMPLETAMENTE a personagem que você criou para o meu pseudônimo, alguns momentos tão certeiros que me perguntei se você me conhecia antes de escrever. As mechas encaracolados e a parte da tagarelice foram as que mais gostei.
ResponderExcluirLembro que na primeira vez que li ontem até me emocionei, foi lindo!
Obrigada por isso!!!!! Eu que pensei não receber nenhum texto para meu pseudônimo, fiquei muito feliz em poder ler o seu!
obs: você era uma das pessoas que pensei em escrever também, aqui existe muitos escritores incríveis, então o destino quase nos uniu nessa escrita aqui hehe
Beijos, Estrela!
Ahh, que bom que gostou!! Você foi a primeira que pensei em escrever, nem preciso dizer o porquê, o texto já diz tudo rs! Beijinhos ❤ ❤
ResponderExcluirElipse, eu gostei muitão do texto! Achei que combinou demais as referências praianas em torno do pseudônimo, até porque a gente encontra a estrela do mar justamente nesse ambiente. Eu super concordo com você em todas as características da personalidade dela. Sempre a imaginei do mesmo jeito!
ResponderExcluirParabéns por mais um lindo texto! Mil abraços apertados <3
Elipse, adorei seu texto!! Achei muito fofo e gostei muito do contexto que você deu para a história. Parabéns!!
ResponderExcluirElipse, parabéns pelo texto! Gostei demais da construção de uma narrativa em volta da descrição. Ambientou o leitor e deu credibilidade a cronica. Muito bom!!!
ResponderExcluirElipse, achei seu texto incrível! A descrição de Estrela do Mar possui uma sensibilidade única, consegui a imaginar perfeitamente no seu texto!
ResponderExcluirElipse, que ambientação legal no seu texto! Eu também vejo a Estrela do Mar como alguém que gosta de fazer várias coisas simultaneamente, e acaba se atrapalhando, às vezes (mas quem não?).
ResponderExcluirCara, eu adorei seu texto, a parte do churro confesso que me arrancou um sorriso do rosto, muito bom mesmo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAmei o texto, Elipse! A forma como você fez a ambientação e descreveu o cenário me fez visualizar tudo de uma forma tão incrível. Ri quando falou da legenda da foto do Instagram hahahah. Parabéns, ficou ótimo!
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