Boa noite moço(a),
Sou João Lopes da Silva. Assim como muitos, sou só “mais
um Silva que a estrela não brilha” lá de Itaquera , zona leste da maior cidade
do Brasil. Filho de Exu. Não tenho herdeiros, nem esposa e nem mesmo um primo
distante. Como bom morador da periferia paulistana, sou corintiano, maloqueiro
e sofredor( Graças a Deus!) e o Timão tem sido, ultimamente, o único motivo das
minhas raras alegrias. Trabalho, diariamente, num dos maiores circos da cidade
de São Paulo. Sim, eu sou palhaço, transmito alegria para crianças,
adolescentes, adultos e idosos. Mas, o que essas pessoas talvez não saibam é
que eu, tão feliz e dono de si nos palcos, sou, no fundo, um baita de um
infeliz.
Minha vida é terrivelmente monótona. Acordo, tomo banho e
vou tomar meu café na mesma padaria, todos os dias. Na volta, passo em frente a
linda e grandiosa Arena Corinthians( Como bom crítico do futebol moderno, me
recuso a chamar de Neo Química Arena) e me pergunto se um dia terei dinheiro e companhia pra entrar e assistir a um jogo do
“Coringão”. Leio a Folha de São Paulo, assisto ao SPTV e, quando vejo, já está
na hora de almoçar. Depois de comer, parto pra labuta, trem da CPTM, metrô,
ônibus e, enfim, chego ao Itaim Bibi, onde fica o circo no qual o João
solitário sai de cena pra dar lugar ao palhaço Coringa. No meu show, as risadas
e aplausos do público, atualmente, já me
soam muito falsos e forçados. No retorno
pra casa, ao descer as escadas da estação de trem, fumo meu cigarro e, depois,
bebo minha branquinha na barraca do Seu Manoel, afinal, não há problema nessa
mundo que uma boa cachaça não possa resolver.
Eu ,assim como Exu, sou
da gira , do povo , das ruas e encruzilhadas, malandro e marginalizado.
Mas, não perco a esperança. Ainda sonho com uma vida melhor, com uma esposa,
com filhos, com maior reconhecimento do público, da mídia , do povo, com uma
casa no Guarujá, com aplausos sinceros, com risadas verdadeiras, com charutos
cubanos e ternos de linho, com a verdadeira ascensão do palhaço Coringa e de
outros. E, pra completar, com o Corinthians tri campeão mundial. Vai,
Corinthians! Laroyê, Exu! Mojubá,Axé!
Quem me protege não dorme,
Jubiabá
Jubiabá, assim como todos os seus textos, eu amei esse também! Apesar das visões muito diferentes que tivemos do tema, eu gostei muito do seu texto. Você escreve sempre muito bem, parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, você trouxe uma interpretação e visão a imagem que eu jamais teria pensado! Ter trazido o palhaço para um personagem do cotidiano foi sensacional. Gostei muito, parabéns!
ResponderExcluirCara, gosto demais do jeito que você escreve, sempre. Muito obrigada pelo texto!
ResponderExcluirNossa, amei!! Concordo com a Asas de Ícaro, foi sensacional essa ideia! Parabéns por esse texto incrível!!
ResponderExcluirO texto em si está maravilhoso, porém não conseguir sacar muito bem a metáfora com o quadro. Acho que poderia ter a explorado melhor.
ResponderExcluirSeu texto foi brilhante, trouxe uma interpretação diferenciada. Parabéns!
ResponderExcluirOi, Jubiabá! Consegui enxergar perfeitamente o quadro! Adorei a forma como decidiu escrever, ficou incrível a história! Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, você é um gênio! Senti com um texto de poucas linhas tantas sensações que nem consigo descrever. Parabéns pelo seu trabalho impecável e tocante, eu amei.
ResponderExcluirO texto já começa bom depois de uma referência dessa, extremamente pertinente, fazendo alusão a um dos melhores funks já feitos . Depois disso, uma aula de criatividade pra contar a história de mais uns dos muitos "joãos" do nosso Brasil, e que podem perfeitamente se encontrar no quadro proposto. Sensacional, Jubiaba. Parabéns!
ResponderExcluirAmei as referências, ficou muito bom o texto.
ResponderExcluirAmei as referências, ficou muito bom o texto.
ResponderExcluirJubiabá, gosto bastante da forma que vc escreve em seus textos. Muito pertinente como vc escreveu e naturalizou o palhaço, sendo os vários "Joãos" em nossa vida!
ResponderExcluirJubiabá, as referências que você usou, construindo essa figura identificável com tantos sujeitos pelo Brasil trouxe uma visão genial na interpretação do quadro. Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, amei o texto, mas isso nem é novidade. Adorei as referências e o fato de você ter escrito como se fosse o palhaço cria uma intimidade que ajuda o leitor a ter uma compreensão melhor sobre o personagem e a imagem! Parabéns! Beijão <3
ResponderExcluirJubiabá, gostei muito do seu texto, suas referências até me lembrou um outro pseudônimo "Filha de Oyá" do outro semestre, foi bem legal lembrar do texto dela que havia lido para entender mais sobre a disciplina, muito bom! Parabéns!
ResponderExcluirBeijos, Estrela!