quinta-feira, 18 de março de 2021

O dono do circo

 A partir desta quinta-feira (18), o cidadão carioca ganhará mais uma opção em seu quadro cultural: o

espetáculo “Confete e Serpentina” do famoso Joker Circus. Depois de visitar mais de quarenta países

em sua turnê, o grupo permanecerá na Cidade Maravilhosa por três semanas. Nicolas Martins,

cofundador e artista do JC, ao ser procurado por nossa equipe, contou um pouco sobre as

experiências que teve ao longo de seus vinte anos de carreira.

“Meu amor pela arte teatral começou bem cedo, quando eu tinha uns cinco anos. Meus pais me

levaram ao circo e eu saí de lá apaixonado, já dizendo que seria um palhaço quando crescesse. Na

época eles achavam fofo porque era uma criança falando, mas quanto mais eu crescia e sustentava

esse desejo, a situação ficava complicada”. Natural de Nova Iguaçu, Nicolas saiu de casa aos

dezenove anos em busca de seu verdadeiro sonho e, contestado pela decisão, ficou cinco anos sem

falar com os pais. "Minha mãe queria que eu fosse contador, mas eu odiava a ideia de ficar sentado

em um escritório o dia inteiro"

Em parceria com Luís Splinder, também artista, em 2009 Martins criou o Joker Circus. Foram anos na

estrada até atingirem o patamar onde a companhia se encontra atualmente, com uma

megaestrutura e cerca de duzentos funcionários e artistas. "O Luís é um louco como eu e

honestamente não encontraria pessoa melhor para embarcar nessa aventura. No início só tínhamos

um trailer velho, uma lona colorida e algumas fantasias, mas a nossa vontade era tão grande que

conseguíamos driblar os obstáculos. Percorremos boa parte desse Brasil e no meio do caminho

fomos adotando outros apaixonados. Era uma felicidade enorme saber que não éramos os únicos

com esse sonho. Hoje, depois de doze anos, visitamos mais de quarenta países e levamos alegria

para milhões de pessoas".

Quando questionado por nós sobre a reação da família e amigos com a decisão de carreira, ele diz:

"Alguns me encorajavam, mas a maioria dizia que eu já estava grande demais pra ficar fazendo

graça. Na primeira vez que contei aos meus amigos que queria ser palhaço, eles riram. De primeira,

acho que não por desprezo, mas justamente por acharem que era outra brincadeira minha. Daí

quando viram que eu falava sério, mudaram a expressão na hora. Acho que pra maioria das pessoas,

tudo o que foge dessas "profissões sérias"; é sinônimo de chacota ou fracasso. Gostam da arte, mas

não valorizam quem a faz".

Por fim, quando pedido para mandar um recado para essas pessoas, ele finaliza: "Eu sou feliz, isso é

o que importa. Estou vivendo meu sonho, minha paixão, que sempre foi propagar a alegria. Conheci

lugares no mundo que jamais imaginei colocar o pé e espero que esse seja apenas o começo. Mas,

pra não "pipocar" aqui (risos), vou dizer que calei a boca de muita gente que dizia que não via futuro

em mim. O palhaço chegou longe, já viveu mais coisas que muitos de vocês juntos. Ele ascendeu.

Agora, é o dono do circo"

Todos os horários do espetáculo e informações sobre a compra de ingressos estão no website oficial

da companhia.


Honey Lemon

11 comentários:

  1. Gostei do texto, Honey, porém, em determinados momentos. você foca mais no circo do que no palhaço em si.

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  2. Honey, gostei muito dessa narrativa como se fosse uma reportagem, achei muito criativa. Achei uma intepretação bem diferente do quadro também, focou em uma coisa boa. Legal!!

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  3. Um bom texto, mas as referências do quadro não estão claras.

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  4. Oi, Honey! Adoro seus textos, com esse não foi diferente! Porém, achei que faltou um pouco de sentimento em relação ao quadro, acho que poderia ter focado mais nele ao invés do circo. Adorei a escrita, bem fácil de ler, parabéns!

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  5. Oi Honey! Achei muito legal a construção em forma de reportagem (representa muito bem o estereótipo do nosso curso), além do que fiquei surpresa na sua leitura do palhaço feliz e realizado, fugindo do padrão observado pela maioria de nós. Parabéns pela criatividade.

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  6. Honey! Achei muito criativo da sua parte criar esse enredo em relação ao palhaço e ao circo! Destaco , assim como a Maria, a forma que você interpretou o palhaço, diferente da maioria, como alguém feliz e realizado. Surpreendente.

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  7. Muito legal a forma que escreveu, só achei um pouco extenso, mas conseguiu me prender até o fim, gostei.

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  8. Ei, Honey! Gostei muito do estilo que você escreveu e o jeito que entrevistou o personagem. Bom texto, parabéns!

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  9. Oi Honey, gostei da forma como vc foi desenvolvendo a entrevista. Reli seu texto e procurei o ponto de encontro com o quadro. Observei que no final de seu texto, o personagem relata que conquista o que deseja: reconhecimento. Talvez esse seria ponto de encontro: o nome do quadro " A ascensão do palhaço"?!

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  10. Honey Lemon, gostei muito do texto. Acho que essa proposta de escrever sobre os pensamentos do palhaço dá uma sensação de intimidade maior com o leitor. Penso, também, que talvez você tenha focado mais na frase do que na imagem. Parabéns! Beijos <3

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  11. Honey Lemon, gostei do texto, mas como já apontado por outros colegas, acho que poderia ter abordado mais as expressões e sensações do palhaço. Mesmo assim, foi um ótimo texto.

    Beijos, Estrela!

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