Se beijo na testa era pior do que separação, então um abraço de despedida sem
passagem para volta era pior do que a morte.
O ano é 2017. Nos conhecemos. Conversamos um pouco e etc.
O ano é 2018. Nos beijamos. Foi numa festa, começou, terminou e etc.
O ano é 2019. Olha só quem voltou. Conversamos, tudo fluiu e etc.
O ano é 2020. A gente disse “eu te amo” pela primeira vez.
O ano é 2020. A pandemia chegou. Não nos víamos nunca, nossos pais não deixavam.
Saúde em primeiro lugar.
No início foi tudo lindo. Conversávamos o dia todo.
E, então, o temido momento chegou. Começamos a nos desentender sempre. Como
continuar um namoro recente sem se ver por mais de 4 meses? Foi complicado para nós
conciliarmos nossas duas visões.
Eu queria mais, mas você já estava confortável com o jeito que as coisas iam.
Eu queria mais. Queria um namoro de novela, filme e série. Um romance baseado em
tela do celular era demais para uma pessoa que odiava ficar na frente da tela do celular.
Começamos a ver defeitos. As coisas começaram a dar errado.
Hoje eu me pergunto como eu não via a pessoa incrível que você era.
Mas eu via. Eu só não ligava mais. Eu não queria aquilo. Eu queria mais. Eu queria
muito mais.
Todo o meu esforço para um dia a gente dar certo, todos os anos que você não saia da
minha cabeça, todo o tempo que eu pensava em você enquanto estava com outra pessoa.
Nada adiantou.
Eu queria mais, mas comecei a ver defeito em tudo.
Não queria mais.
Era dia 12 de junho de 2020. A gente se viu de novo. Finalmente!
Mas foi tudo tão diferente.
A sensação não era a mesma. Até seu carinho me irritava.
A gente se abraçou. Você foi embora. A gente terminou um tempo depois, a vida seguiu
e etc.
Ellis Bell
Oi, Ellis! Caramba, adorei seu texto! Amei a forma como trabalhou seus sentimentos progressivamente! Concordo com você, sempre queremos romance de filme! Espero que no futuro você encontre alguém que te faça sentir assim! Adorei como você começou o texto dizendo o quanto queria e no final simplesmente não queria mais, a autossabotagem faz isso! Parabéns!
ResponderExcluirUau!!! Entrei no seu texto literalmente, imaginei tudo. Parabéns!
ResponderExcluirEllis, consegui sentir exatamente como a auto sabotagem e as pequenas coisinhas evoluíram para algo grande em seu texto. Gostei muito!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEllis, adorei a forma como conseguiu passar os detalhes e os pequenos sentimentos cotidianos atrelados a eles. Sentimentos pequenos, mas intensos em um relacionamento. Carregados. Parabéns pelo ótimo texto!
ResponderExcluirTexto intenso! Senti muita emoção na sua escrita. Parabéns!
ResponderExcluirEllis, você transmitiu com muita verdade a construção e o desmoronar desse relacionamento. A progressão dos sentimentos junto das expectativas que criamos foram expressas com emoção pelas suas palavras. Parabéns!
ResponderExcluirÓtimo texto, gosto muito de abordar essa cronologia na expressão dos sentimentos também. Muito bom!
ResponderExcluirEllis, parabéns pelo ótimo texto! Achei a forma que você escolheu pra escreve-lo extremamente intensa e agradável. Parabéns mesmo
ResponderExcluirEllis Bell, amei. O jeito que você descreveu como foi sua auto sabotagem foi gradual e bem sutil. Fiquei fisgada na história. Triste que o final não foi o de conto de fadas que você sonha, mas aposto que um dia você vai conseguir viver o que espera! Muito bom mesmo, adorei! Parabéns <3
ResponderExcluirEllis, amei sua narrativa! Me identifico muito com seu texto, essa parte de querer muito uma coisa e logo depois enjoar e que descreve bem a autossabotagem. O final com "etc" foi perfeito. Parabéns!
ResponderExcluirCaramba, Ellis! Que texto mara, eu já gosto muito desta estrutura progressiva que vai nos levando exatamente para o clímax, mas a forma como você trabalhou o quanto você queria e depois o quanto você não queria mais me fez perceber o quanto a auto sabotagem pode ser perigosa. Tem muitos momentos em que já me senti como você e , no final, difícil mesmo é saber o que queremos ahaha brinks
ResponderExcluir