Gostaria de começar essa crônica te agradecendo, Estagiária. Tomar ciência de haver
alguém acompanhando minhas produções como me contou foi realmente incrível. Não
digo isso por ter se descrito como fã do meu trabalho, mas por muito além de ter
mostrado entendimento dos assuntos tratados, entender os sentimentos por trás deles.
O mais interessante dessa conclusão a qual cheguei foi o caminho traçado para entender
a sua visão. No seu texto, há dois principais momentos que me chamaram muito a
atenção. O primeiro deles, a sua opinião a respeito das minhas crônicas.
De fato, está certa. Encaro este espaço como um profundo respiro de alívio porque sinto
a liberdade daqui me oxigenar. Vejo meus dias e semanas como uma prova digna da
Ana Marcela Cunha onde não posso parar de nadar em nenhum momento ao longo da
minha competição, estando a favor ou contra a corrente, conseguindo me hidratar ou
não. Entretanto, poucas situações me tiram dessa prova por alguns momentos. Esta é
uma.
O segundo, a sua perspectiva sobre a minha personalidade e as minhas características.
Suas impressões até certo ponto profundas a meu respeito nesses aspectos me
impressionaram bastante. Não sei de onde me vê. Se está perto, longe, à 2 metros ou à
100 km, mas o que vê nas minhas opiniões, postura diante de situações cotidianas ou
simplesmente na minha possível maneira de interagir com as pessoas, me faz pensar que
está a apenas três passos.
Se ainda parecerá estar tão perto quando me revelar, não tenho como saber. Porém,
espero esses poucos passos ao menos durante 90 minutos mais os acréscimos do juiz –
se minha ansiedade durante a partida permitir.
No fim, foi muito importante ver o que meus textos revelaram ao meu respeito para
você. Seus escritos na última edição desse jornal recebida pelo correio coruja foram
fantásticos, Estagiária. Aparentemente, já percebeu que por aqui nem tudo está
desenhado na porta, então continue olhando pelo buraco da fechadura e vai entender
bem mais.
Ah, não posso esquecer. Jamais grite gol antes do Galvão ou pode perder os detalhes
imprevisíveis e sempre surpreendentes na comemoração da torcida.
O Tempo
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