quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A crítica da Crítica crítica

Gostaria de começar essa crônica te agradecendo, Estagiária. Tomar ciência de haver

alguém acompanhando minhas produções como me contou foi realmente incrível. Não

digo isso por ter se descrito como fã do meu trabalho, mas por muito além de ter

mostrado entendimento dos assuntos tratados, entender os sentimentos por trás deles.


O mais interessante dessa conclusão a qual cheguei foi o caminho traçado para entender

a sua visão. No seu texto, há dois principais momentos que me chamaram muito a

atenção. O primeiro deles, a sua opinião a respeito das minhas crônicas.


De fato, está certa. Encaro este espaço como um profundo respiro de alívio porque sinto

a liberdade daqui me oxigenar. Vejo meus dias e semanas como uma prova digna da

Ana Marcela Cunha onde não posso parar de nadar em nenhum momento ao longo da

minha competição, estando a favor ou contra a corrente, conseguindo me hidratar ou

não. Entretanto, poucas situações me tiram dessa prova por alguns momentos. Esta é

uma.


O segundo, a sua perspectiva sobre a minha personalidade e as minhas características.

Suas impressões até certo ponto profundas a meu respeito nesses aspectos me

impressionaram bastante. Não sei de onde me vê. Se está perto, longe, à 2 metros ou à

100 km, mas o que vê nas minhas opiniões, postura diante de situações cotidianas ou

simplesmente na minha possível maneira de interagir com as pessoas, me faz pensar que

está a apenas três passos.


Se ainda parecerá estar tão perto quando me revelar, não tenho como saber. Porém,

espero esses poucos passos ao menos durante 90 minutos mais os acréscimos do juiz –

se minha ansiedade durante a partida permitir.


No fim, foi muito importante ver o que meus textos revelaram ao meu respeito para

você. Seus escritos na última edição desse jornal recebida pelo correio coruja foram

fantásticos, Estagiária. Aparentemente, já percebeu que por aqui nem tudo está

desenhado na porta, então continue olhando pelo buraco da fechadura e vai entender

bem mais.


Ah, não posso esquecer. Jamais grite gol antes do Galvão ou pode perder os detalhes

imprevisíveis e sempre surpreendentes na comemoração da torcida.

O Tempo

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