Confesso que encontrei dezenas e dezenas de imagens retratando aquele pífio desfile militar. Todas ridículas, fazendo jus ao excelentíssimo boçal que ocupa a presidência desse país. Não consigo colocá-las aqui, pois há um bom tempo, me faltam forças para olhar qualquer foto que Jair esteja. Pois bem, me entristece ainda mais saber que todos aqueles tanques tenham de passar vergonhosamente pelos belos palácios de Niemeyer, um gênio imponente que jamais poderá ser compreendido pela mente do “cidadão de bem patriota”. Dói saber que sua obra revolucionária se tornou covil de facínoras. Dói saber que o forte povo nordestino saiu de sua terra, lutou com força inimaginável para levantar uma cidade no centro do país para anos depois ser humilhado covardemente com um discurso sanguinário.
Sob os pés da esperança daquele foi um arquiteto dos sonhos, se faz uma piada. Uma palhaçada, digna de um Bozo que rege uma multidão de palhacinhos, aplaudindo e reverenciando tanques que soltam mais fumaça que o Opala 78 da minha rua, com soldadinhos prontos para fazer o maior número de piada que esse continente já viu. Sabe-se muito bem do risco que esse louco traz ao ambiente político e social brasileiro, com suas motociatas e seus desfiles de fumaça a céu aberto, e tudo que sai da boca dele deve ser combatido e jamais esquecido. Mas com imagens como aquela da fumaceira do tanque simplesmente me arrancam risadas. Risadas de desespero? Talvez, mas depois de um tempo simplesmente entendi o eco que deve fazer dentro do cérebro dessa gente, a fumaça preta que saiu daquele tanque com certeza impermeia a cabeça deles. Nessas horas canto como Moraes Moreira cantava: “Lá vem o Brasil descendo a ladeira...”, um canto alegre, mas de fundo decadente. O que será de nós, Niemeyer?
Desértico Joe
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