Ainda no período colonial, exploradores - eufemismo para invasores - requeriam empréstimos da Coroa Portuguesa para financiar suas atividades e instaurar a primeira grande crise em território brasileiro.
Em 1822, temos o governo de Dom Pedro I inaugurado por uma dívida de dois milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de nossa independência.
Nos primórdios da República, Rui Barbosa, ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca, acaba por cometer o equívoco dos economistas mais leigos: aumentar a fabricação de papel-moeda para facilitar a concessão de financiamentos no setor industrial. Ledo engano. Empresas fantasmas e clones corporativos são o (óbvio) resultado do plano infalível.
Nas grandes “eras” Vargas e JK, o dilema do desenvolvimento autônomo e a proteção da economia de base; terminamos em projetos mal elaborados, oscilações desenfreadas do mercado, corrupções políticas e bastante caos.
Aqui, o ano era 1985. O auge da “década perdida”. Ir ao supermercado tornou-se um evento para as famílias médias. Os encartes de produtos saíam mais do que os jornais - era melhor checar o preço do arroz antes que duplicasse no dia seguinte. 40,7%. É a taxa de desemprego recorde daquele ano. Em Brasília, nossa frágil democracia caminhava à passos lentos, como quem se recupera de um longo e atordoado coma induzido.
Dali pra cá, a memória não permite falhar o colapso de 2002, 2008, 2014, 2016… Reparem que listei só os mais gritantes. E depois? Depois vocês já sabem. Repete. De novo. Mais uma vez.
Odeio admitir, mas, no fim das contas, Guedes está certo. A crise, a inflação, o desemprego e a miséria estão mesmo “dentro do jogo”. Sempre estiveram.
Bic Cristal.
"Dentro do jogo": onde os jogadores são aqueles poucos que estão lá em cima e escolhem, o restante são os que sofrem as consequência que, na maioria, não são boas. Me pergunto como um país desse não acorda, mas é o famoso "jeitinho" brasileiro na hora de ver pelo lado positivo e saudar bandido fardado.
ResponderExcluirQue texto, Bic!! Infelizmente essa é uma realidade que nunca conseguimos fugir, primeiro porque sempre alienados politicamente e, segundo, porque todo esse caos que não atinge os de cima, como Melo disse, faz parte desse sistema sujo. Gostei muito como construiu essa linha do tempo ao longo do texto. Parabéns!!!
ResponderExcluirO jogo funciona assim, Bic: um passo para a frente, dez passos para trás. Ouvi dizer que essa tal de "classe média" tá em extinção... ou isso faz parte do jogo?
ResponderExcluirBrilhante texto! De fato o jogo por aqui sempre foi esse. Um jogo em que a população só assiste uns poucos jogadores jogarem, e as consequências sempre sobram pra quem nem é permitido jogar... Adorei a abordagem histórica. :)
ResponderExcluirBic, sue texto ficou muito bom, e é realmente revoltante ver como a história, no caso a parte ruim dela, se repete. O brasileiro não tem um dia de paz. E o que mais preocupa é que quem tá no topo acha que é só um joguinho inofensivo
ResponderExcluirEsqueci de falar que adorei os memes kkkk
ExcluirTexto e memes sensacionais, Bic! Ver toda a história diante dos nossos olhos, mas mesmo assim continuar caminhando para esse abismo que parece ser o "jogo" que estamos dentro é agoniante. Articulou super bem a história e a crítica!!
ResponderExcluirTeu primeiro meme me fez lembrar de um professor de Química que a uns 2 anos atrás disse pra minha turma "O Brasil vai virar uma Venezuela com um governode direita" concordei, não entendi, mas concordei mesmo assim, e óbvio que não imaginava que poderia ser tão ruim como estamos vendo hoje, então também pensei "Ah, não é pra tanto né"...agora as vezes sinto que só estou esperando acontecer, como já falaram aqui, a parte do ciclo em que vamos ter que vigiar os preços e mercado :(
ResponderExcluirBic, fiquei feliz que nos revoltamos com a mesma notícia e queria dizer que abordou mt mt mt bem mesmo, eu amei a análise histórica e a conclusão foi genial, seu texto ficou ótimo e os memes também. Parabénss!!!!!!!!!
ResponderExcluirMuito bom texto, Bic!! Simm, estamos "dentro do jogo" e o problema é que o resultado de cada partida já foi definido a muito tempo. Nesse sentido, a cada etapa, só mudam o fator de ataque e quem assume o papel do vilão. Parabéns pela crítica!
ResponderExcluirUsamos a mesma notícia, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirO país sempre estará protegido do perigo do comunismo se não houver país
ResponderExcluirExcelente texto, Bic! Eu adoro como Paulinho cita isso tudo como um jogo, se nem nos ensinam a como vencer, ou ao menos, só jogá-lo. Porém nesse jogo governamental, sempre ficamos em último lugar...
ResponderExcluirMuito bom seu texto, Bic! A história (infelizmente a parte ruim) se repete. Queria pontuar também que utilizou 4 memes, e todos bem claros sobre o tema. Parabéns!
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