- Ooi!! Vou muito bem, obrigado por perguntar. [...] Fico muito feliz de você ter me ligado, e devemos marcar um café durante nosso intervalo quando as aulas presenciais retornarem. Um grande abraço e até breve!
Desligo o telefone e então choro. Menti. Eu não estou bem, meu caro tomate. Me perdoa por não ter dito isso na ligação mas faz tempo que não me sinto bem, e o vazio dentro de mim se enche cada vez mais de inseguranças e incertezas sobre mim. Sabe, eu não sei quando tudo isso começou, mas sei que não vai terminar. A máxima: “tudo passa”, é real, tudo passa mesmo, nem que seja por cima de mim, estou sendo atropelado.
Tenho de confessar, a forma que você me imagina me cativou muito, alegrou muito meu dia e me deixou com sorriso de ponta a ponta da orelha. Admito também que, você acertou quanto a cor dos meus olhos, como não gosto de andar descalço e minha relação com o café, foram palpites ótimos e certeiros.
Agora continuando meu desabafo e fazendo relação com parte do seu texto, me olhar no espelho é me odiar não só um pouco, mas muito. Eu não sei exatamente o que eu me tornei, eu não me sentia ninguém, eu só sabia que eu seria alguém quando eu passasse para faculdade, que tudo iria mudar, as pessoas em minha volta e meus pais iriam me olhar com prestígio. Não deu outra, tudo isso ocorreu. Tenho muito orgulho de mim por ter conseguido passar e ter conseguido conquistar então o respeito que eu sempre quis ter. O que me entristece, é que foi necessário eu ter alguma conquista para eu ser reconhecido, e poxa eu tinha uma vida antes de entrar para a faculdade! Ninguém me notava? Eu era invisível? Por que que só quando conquistamos alguma coisa que nos reconhecem? Nos valorizam? Tomates, é muita pressão. Entendo porque determinadas pessoas desistem no meio de suas jornadas. Posso entender a vida como uma plantação: você pode ter um baita potencial de desenvolvimento, mas se suas sementes forem jogadas em uma terra que não é fértil e que te faça bem, você nasce, cresce, (às vezes nem isso) se torna podre e inútil, e é descartada.
- Oi... Então, eu sei que acabamos de desligar a ligação, mas eu preciso conversar. Você me perguntou como eu estava, e sabe.....
- Apolo.gia
eu entendo essa pressão, apolo.gia e, se servir de alguma coisa, eu realmente te admiro muito por conseguir colocar todos esses sentimentos em um texto. e desculpa, acho que eu não vou conseguir formular uma resposta boa pra você aqui, tem muita coisa que não dá pra dizer só no espaço de um comentário no blog, mas não se preocupa também, você tem todo tempo do mundo pra falar o quanto você quiser. abraços, viu? ❤
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