Queria escrever uma crônica ridícula. Tão ridícula quanto rir de piada racista, tão ridícula quanto acreditar em meritocracia, tão ridícula quanto perguntar o que ela estava vestindo. Se eu realmente quisesse, talvez conseguiria. Porém, percebi que o ridículo de pedir voto impresso e o ridículo de um desfile de tanques enferrujados não é um ridículo desonesto ou canalha, só cômico e ingênuo. Também desonesto e canalha, mas de um modo tão inacreditável que quase me esqueço dessa parte.
O presidente de alguns, que ganhou a eleição por meio de votos feitos em urnas eletrônicas, crê piamente que são fraudadas. Cômico. Se eu perder, é fraude. Mas você ganhou... FRAUDE! Voto impresso e auditavel JÁ! Como antigamente, como em 64, como em um país justo, bom e livre de corrupção! De maneira cega, como um rebanho de ovelhas, para não dizer outra expressão, seus apoiadores concordam. Como pensar que isso é canalhice? É cômico, é humor. Nesse circo de horrores, me pergunto se os palhaços somos nós ou os cidadãos de bem. Ridículo.
O presidente de alguns, que ganhou a eleição por meio de vias democráticas, crê piamente que a democracia pode ser abalada por um desfile de tanques das Forças Armadas. Ingênuo. Para um homem que já ameaçou incontáveis direitos, desrespeitou dezenas de minorias e debochou de mais de meio milhão de mortes, ingenuidade pensar que alguns blindados em quase sincronia nos reprimiriam. De maneira cega, como um rebanho de ovelhas, para não dizer outra expressão, seus apoiadores aplaudem. Como pensar que isso é desonestidade? É ingênuo, é bobo. Nesse circo de horrores, me pergunto se o fumacê dos tanques pretendia esconder o fantasma do comunismo vermelho ou... laranja. Ridículo.
O presidente dos homens de bem sabe ser desonesto, canalha, cômico e ingênuo. Talvez só não saiba escrever uma crônica assim. Dizem que a arte imita a vida. Crônica ridícula para uma vida ridícula. Talvez ele saiba, afinal.
Ametista
Asa, seu texto só me lembrou a fala de Paulo: "Rir é um ato de resistência". Também não entendo quem consegue brincar com isso... mas acho que o sorriso é - e sempre foi - a catarse do brasileiro. A gente só se fode, né? Se não formos felizes na merda, vamos ser quando? HAHAHAHAH
ResponderExcluirNo mais, é mesmo insano acreditar no retrocesso que estamos vivendo nesses últimos anos. Assino embaixo de tudo que escreveu. Estamos juntos! Firmes e avante!
Obrigado, Bic! Eu concordo, viu? Brasileiro só se fode, o que a gente fez pra merecer isso? Mas não dá para parar, melhor rir que chorar.
ExcluirAmetista!!! Engraçado: tivemos a mesma ideia de título, acho que o blog não suportou isso haha, (ótima crônica por sinal) acho que isso significa que a situação do brasileiro é rir pra não chorar mesmo.
ResponderExcluirHAHAHAHA EU IA COMENTAR ISSO!!!
ExcluirAsa, você e a Ametista quebraram o site, então vou comentar o seu aqui. De fato, foi o Brasil enxergar tudo como uma grande palhaçada algo que contribuiu para a gente chegar onde chegou, e agora parece que é uma das únicas saídas diárias, rir pra não lembrar 24h e ficar cansado de ter nascido nesse país, mas até onde vão continuar sem levar ele a sério só por ele parecer o Debi e Loide em um só.
ExcluirE outra, aonde está aquela galera toda que via graça na saudação da mandioca, nas contas que não entendem e alegavam estar erradas ? Não veem graça nos discursos doidos deles, nem nos memes e nem mesmo no filme do Borat.
ExcluirAmetista? Asa? Não sei exatamente de quem foi essa crônica porque bugou, mas concordo plenamente com quem escreveu. Parece que esse governo é uma esquete do Zorra Total, mas aquelas que não tem graça, só são constrangedoras. Não tem sentido essa merda de dizer que, o mesmo sistema que o colocou no poder, é fraudado! Como as pessoas embarcam nesse discurso???
ResponderExcluirPara o Asa Monstro: te entendo! Também não consigo ver graça nesse acontecimento, porque, apesar de desastroso, ainda é uma ameaça à democracia... mas entendo quem ri (tanto que fiz minha crônica mais ou menos por essa ótica).
ResponderExcluirPara a Ametista: sua crônica me fez pensar que ridículo é o adjetivo que melhor define o presidente. Ridículo na aparência, nos ideais, nas falas, nos gestos e nas ações em geral.
Esse governo é um eterno praça é nossa, uma piada, mas ruim até como piada né.
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