No meio do caminho, tinha uma pedra. E a pedra era essa crônica: não gosto de me definir, nem de me revelar. Meu signo é escorpião, então eu gosto de mistério.
Pensei em pular essa semana, porém não acho justo deixar Saramaga sem resposta, haja vista que gostei bastante do texto dela.
Confesso que me surpreendeu a audácia de tentar deduzir a idade de alguém apenas por meio da leitura de crônicas feitas sob um pseudônimo. Em relação a esse assunto, deixarei imperar minha discrição escorpiana.
Saramaga captou com exatidão algo que eu penso: mulheres estão cansadas de ser fortes, resilientes e guerreiras. Pois foi o patriarcado que nos colocou nesses papéis, que exigem muito de nossa saúde física e mental.
Ela também está certa ao dizer que dividimos muitas opiniões. E fiquei contente ao ler que compartilhamos das mesmas angústias e ódios. Saramaga me definiu como alguém “firme e que não se abala com qualquer coisa” e isso fez eu questionar-me se sou, de fato, assim. Ainda me falta autoconhecimento para confirmar ou negar. Outra qualidade atribuída foi a de “cheia de certezas” e aqui quebro a expectativa dela: tenho muitas incertezas. A verdade é que nenhuma certeza possuo. Nem sobre a vida, nem sobre mim, nem sobre que sabor de pizza pedir.
Mas ela não deve preocupar-se, por mais que análise de pessoas fosse o seu forte, ainda sim seria difícil acertar tudo, afinal isso trata-se de uma persona, que manifesta-se apenas por meio de textos.
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