João cresceu tendo uma rotina corrida e intensa. Morou no interior de São Paulo durante toda sua vida, em uma cidade pequena em que quase todo mundo se conhecia. Pela manhã, ele estudava na escola municipal perto de sua casa, sempre se esforçando para ser o número um da turma, principalmente durante o ano de vestibular. Durante à tarde, após as aulas, o menino trabalhava durante meio período no comércio da esquina para ajudar seus pais a pagar as contas, onde era caixa de supermercado. O único tempo livre que tinha para si mesmo era a noite, que, mesmo estando cansado, usava-o para estudar e se preparar para o tão esperado ENEM.
João foi o primeiro - e, por enquanto, o único - de sua família a ingressar na faculdade. Em uma faculdade pública ainda por cima, em Niterói, no Rio de Janeiro. A cidadezinha paulista ficou em festa, visto que as pessoas de lá não costumam ter muitas oportunidades na vida. A mãe do menino agradecia a Deus todos os dias, e sua família inteira ficou em êxtase. Ele estava realizando o sonho de todas aquelas pessoas. João estava completamente realizado e acreditava que nada mais daria errado.
Teve ajuda de quase toda a cidade em sua mudança, já que a faculdade ficava em outro estado. Já chegou no Rio com um emprego de meio período, graças à ajuda de um amigo do vizinho que o indicou, encaixando perfeitamente com o horário de suas aulas. Conseguiu uma vaga em uma república masculina pertinho da faculdade, onde - logo de cara - se deu bem com todos os meninos da casa. A rotina continuava cansativa, porém João já estava acostumado e dizia que não tinha do que reclamar.
E aí a notícia apareceu. O governo atual cortaria 30% das verbas de sua faculdade, e de mais diversas outras ao redor do país. A situação da universidade de João já não estava uma das melhores. Esse corte, de acordo com o reitor, poderia resultar no fechamento das portas, já que não haveria dinheiro suficiente nem para pagar coisas básicas, como água e luz.
João ficou sem chão. Não poderia acreditar que aquilo estava acontecendo. Lutou muito para chegar onde estava, e não ia deixar acabar desse jeito. O menino tinha plena consciência de que esse governo visava acabar com a educação - já que, para eles, quanto mais a população pensa e estuda, pior - mas não esperava que seria tão evidente assim, ainda no primeiro semestre do mandato.
As faculdades de todo o país se revoltaram. Todas se uniram e, com a ajuda de alunos, professores e funcionários, foram para a rua lutar. Manifestações eram vistas por todo o lado, e uma greve geral já estava marcada para a outra semana. O governo verá que a população não deixará isso barato e o povo lutará pelos seus direitos. João precisou adquirir responsabilidades desde muito cedo, devido à situação de sua família, o que só o fez mais forte. Ele nunca deixará nada, e nem ninguém, o derrubar.
Mia Thermopolis
Oi, Mia!
ResponderExcluirTexto bem maneiro e bem feito, pontuação certinha...História simples, mas cativante. Parabéns!
Tenho algumas críticas a fazer, mas nada demais.
" O único tempo livre que tinha para si mesmo era a noite, que, mesmo estando cansado, usava-o para estudar e se preparar para o tão esperado ENEM." ---> Acho que esse trecho não foi muito bem construído. Esse "que, mesmo estando cansado" não fez muito sentido. Acho que você podia pontuar depois de "noite" e aí continuar com "Mesmo estando cansado..."
". Conseguiu uma vaga em uma república masculina pertinho da faculdade, onde - logo de cara - se deu bem com todos os meninos da casa." ---> Aqui acho que tem uma redundância. O "onde" já dá a entender que os meninos com quem o João se deu bem são os da república, então achei que o "da casa" no final acabou sendo meio "inútil" e só serviu pra repetir essa ideia.
"O governo verá que a população não deixará isso barato e o povo lutará pelos seus direitos." ---> Lendo essa parte em voz alta, achei que a sonoridade não ficou muito legal por causa da conjugação dos três verbos. Na minha opinião, ficaria melhor botar 'O governo verá que a população não vai deixar isso barato e QUE o povo lutará pelos seus direitos.' Deu uma quebrada e não ficou mais tão repetitivo.
No mais, gostei bastante do texto. Ótimo final!
Um beijo <3
Oi, Mia. Uma observação sobre seu texto: no primeiro parágrafo você usou a palavra "durante" duas vezes no mesmo período, atrapalhando sonoramente. "Durante à tarde, após as aulas, o menino trabalhava durante meio período...". Mesmo sem o segundo "durante" o período funcionaria perfeitamente.
ResponderExcluirAbraços!