Explicar o que sinto ao ver esse cenário, quando na verdade eu só sei sentir o meu eu, exalando tudo que há em mim, é um tanto complicado. Toda essa pintura, minimamente perfeita. A reflexão do passado e todas passagens de tempo, marcando o meu presente. A luz do sol, a estrela do nosso planeta, chega aos nossos olhos alguns minutos depois, logo, já não está presente quando a vemos. Concluo que ainda é distante o caminho que nos leva ao tempo.
É estudar, mesmo sem querer, o meu eu ao observar tudo a minha volta, a ponte e suas histórias histéricas dentro de um carro ou lá atrás quando foi construída. Quantas vidas já passaram por lá? Quantas histórias jamais serão contadas do outro lado do estado?
No mar eu vejo todo o caos e paz que existem em um ser humano, toda dualidade presente em cada um de nós. Ponto seguro quase, onde eu me sinto onde realmente estou, onde minha ausência é tudo o que sou e aceito tal fato. O tempo passa, mas eu não o sinto aqui e agora, eu sinto minha pasárgada, o lugar para onde fujo e nem a distância me alcança. Eu sinto paz e me sinto, na minha verdadeira e pura essência, que sente muito por não poder escutar todas as histórias de todas as pessoas que estão sentadas neste gramado agora.
As luzes artificiais já iluminam levemente o ambiente e a lua está quase refletindo na imensidão azul que ressignifica o infinito, mas com limite. Como diria Vinicius de Moraes:
“Todos os momentos estão passando e todos os momentos estão sendo vividos”
É paz, confusa e imensa, livre e solitária. São memórias e segredos escondidos em cada alma que compõem o ambiente, é a vida. Apenas gratidão a essa insanidade incrivelmente inexplicável que é viver.
Eleonor Dummont
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