Acordei dentro do ônibus. Sobre a ponte. Entre Rio e Niterói. Diante de um desespero. A névoa tornou tudo confuso, o relógio não funcionava e eu não sabia dizer quanto tempo havia dormido. Nesses momentos, tudo o que resta são questões. Eu vou chegar em casa? De onde veio tanta névoa? Esqueci o carregador na sala de aula? Será que minha sede vai passar? Questões, questões, questões. Eu já saí da ponte? Eu conheço a ponte? Eu estou usando minha calcinha? Que dia é hoje? As perguntas não param quando você não sabe olhar por direção. Será que a velha no banco da frente me odeia? Minha mãe me odeia? O que acontece se eu sair do ônibus? O que acontece se o ônibus sair de mim? Eu me odeio? A ponte existe? A ponte me odeia?
No fim, sei que vinte minutos passaram. Sei também exatamente quantas perguntas passaram. Foram oitenta e três, todas deixadas na névoa daquele dia quando decidi que pegaria barca e metrô para sempre. Vinte minutos que a mente voa, mergulha e tudo que você vê são carros, concreto e o mar. A ponte não é minha amiga. A ponte cobra minhas questões com força demais para ser minha amiga. E sim, ela existe e ela me odeia.
Festa Intensa
Oi, Festa!
ResponderExcluirAmei a ~ intensidade ~ do seu texto! (Mil desculpas pelo trocadilho infame kkkk)
Me identifiquei MUITO, porque sempre que eu faço a travessia Rio-Niterói pela ponte me dá um desespero muito louco! Quando tem engarrafamento então...Não sei nem te dizer! kkkkk (o riso é de nervoso mesmo)
Gostei bastante das perguntas meio aleatórias que você botou no meio tipo "Eu estou usando minha calcinha?". Serviu pra deixar mais cômico, mas também deu uma ~intensidade~(juro q dessa vez foi pq não achei palavra melhor kkkk) maior pro sentimento de confusão que o texto queria passar.
"As perguntas não param quando você não sabe olhar por direção." ---> Não entendi nada dessa frase aqui kkk Acho que você provavelmente quis dizer "não sabe por qual direção olhar" e acabou se embolando na hora de digitar. Foi isso? Esclarece aí, por favor kkk
Um beijo <3