quinta-feira, 23 de maio de 2019

Minha Galáxia

Há quem tem aquela ideia de que o dia é mais bonito. O pensamento de que um belo dia azulado, de Sol a pino no céu limpo, traz alegria. Há quem prefira o final da tarde. A espera pelo crepúsculo perfeito, o laranja vívido que parece tomar toda a visão, seguindo um degradê maravilhoso. Apaixonante, sei disso. Reparo, porém, em um grande preconceito com a noite. Fria, sem graça, sem vida e sem luz.
Eu, particularmente, discordo. Tenho pena de quem não vê como a mesma é reveladora. É a parte do dia em que as pessoas desabrocham, como as estrelas que se escondem o dia todo para, então, sair. É no escuro que todos mostram sua verdadeira essência, não cabem julgamentos ou ofuscação. O que seria de nós sem as sextas à noite? É o momento em que os jovens se libertam, os adultos chegam em casa e podem finalmente falar “Ufa”.
Quem fala que é fria, nunca experimentou a paixão e euforia -ou cachaça- de um povo animado. Aquele que exclama que é sem graça, nunca ouviu ou se deu conta de que as melhores histórias acontecem quando ninguém vê. E se diz que é sem vida é por que nunca participou de nenhuma dessas história.
Sem luz, tem certeza? Sei que a fumaça é um empecilho nessa Rio-Niterói, mas cidades grandes têm seu charme. Olhe de novo. A bela confusão do que é corpo celeste com o que são luzes dos prédios. Os carros podem ser facilmente comparados a meteoros, bolas de fogo rápidas que percorrem uma trajetória unidirecional.
Quem escolhe ver prédios ou estrela somos nós. Fato é: o escuro ressalta o brilho.

 “O que você faz quando ninguém te vê fazendo, ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?”
Capitu Oblíqua

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