quinta-feira, 30 de maio de 2019

Palco histórico

       Quer uma missão quase impossível? Tente juntar algumas pessoas para sair no mesmo dia. Sempre tem alguém que desmarca em cima da hora, um que está sem grana, outro que fica doente e aquele que mora longe. No fim, alguém vai dizer “fica pra próxima”! Sinceramente, todos sabemos que esse dia provavelmente não vai chegar tão cedo – se um dia chegar. Se é difícil juntar cinco pessoas pra ir ao shopping do lado de casa, imagina juntar milhares para ir ao centro da cidade em plena quinta-feira? Por incrível que pareça, isso foi feito.
       Eu sei que a maioria nem se conhecia diretamente. Mas, de certa forma, nesse 30 de maio, todos se identificavam. Talvez não soubessem os nomes, onde moravam, quantos anos tinham ou onde estudavam. Mas sabiam que queriam estudar e garantir que as próximas gerações também pudessem. Foi um encontro que ultrapassou os limites do Rio de Janeiro e se estendeu pelo Brasil inteiro. Parecia copa do mundo (mas sem as camisas da seleção).
       Alunos se uniram. Não importava se era da UFF, UFRJ ou se nem estava na faculdade ainda. Todos estavam juntos, levantando cartazes, pedindo ajuda e chamando atenção. Gritos, cantos e protestos substituíram as buzinas típicas do fim de tarde. Não eram os carros que passavam pelas ruas. Eram jovens, pais, mães, professores... brasileiros. Aqueles que priorizam a realidade e não um mito.
       As ruas do centro, palco de tantos acontecimentos históricos, estavam tomadas de esperança. Dúvidas, ódio e incerteza. Mas, sobretudo, esperança. Nos mais velhos, que já vivenciaram momentos políticos terríveis e não aceitam que a história se repita. Nos professores, que mesmo não tendo o reconhecimento merecido, continuam lutando para que a educação seja valorizada. Nas crianças, que nem entendem de política, mas são literalmente o futuro na nossa frente. E nos estudantes, que não vão se calar, não vão desistir e não vão aceitar não como resposta, pois negar a educação é negar quem eles são.
Sharpay Evans

2 comentários:

  1. Oi, Sharpay! (Aproveitando o tema de manifestação, cria aí um protesto por um HSM 4 c elenco original, nunca te pedi nada!)

    Arrasou MUITO nesse texto! Achei ÓTIMA a forma como você começou, e me identifiquei totalmente. É toda uma luta arrumar um dia em que toda a galera possa sair kkkk

    Achei que o último parágrafo ficou meio confuso. Tive que começar a parte do "Nos mas velhos..." duas vezes pra perceber como se relacionava com o que foi dito anteriormente. Além disso, acho que o "não vão aceitar não como resposta" também ficou meio estranho ali por você estar usando a estratégia da repetição. Esse "não como resposta" fora da lógica da repetição me confundiu por alguns segundos kkk
    São críticas em relação a minha leitura, então talvez o pessoal não concorde e eu que seja a lerda mesmo kkk
    Um beijo <3

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  2. Mistura da crítica social com exemplo ordinários como uma saída com os amigos ficou sensacional e bem incontestável kkkkk
    Ultimo paragrafo concordo que tem errinhos, mas não acho que tenha sido metodo de repetição no "não vão aceitar não como resposta", mas que faltou uma aspas no segundo não, faltou.
    "Nas crianças, que nem entendem de política, mas são literalmente o futuro na nossa frente" > achei essa frase meio estranha, tentaria reconstrui-la.
    Beijoss

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