responder quase que inteiramente e certamente esse autoquestionamento, que hoje, não
sei mais. Com palavras e signos, pessoas distantes e distintas se apropriam do meu eu e
se dizem certas e convictas para me dizerem e exporem ao mundo, com absolutismo,
quem eu sou...Mas então, quem sou caro juiz e julgador? Para eles...e agora para mim,
sou comunista, esquerdopata, venezuelano, primo de terceiro grau do Che Guevara, juiz
do Lula, afilhado da Dilma, imbecil social, radical, terrorista e ativista. Sou tanta coisa
que ainda não consegui gravar todas as nomenclaturas. Sou tudo que querem e dizem,
contudo não sou nada do que pensei ou planejei. As palavras, num efeito de
metamorfose, me tornaram servo de suas novas significantes, um escravo do poder e da
legitimidade que lhes foram concedidos.
Mas então, agora, tomo meu lugar, assumo meu novo personagem...
E sim...sou comunista, se isso quer dizer que busco liberdade e tolerância
Sim...sou imbecil, por ainda acreditar e perpetuar humanidade
Sim...sou radical, busco mudanças, onde enxergo novas possibilidades para um futuro
menos terrível
Sim...sou ativista, pois procuro atividade e incômodo, e isso inquieta e fere aos que
estão confortáveis no mundo ideal de um presente preso e estático num passado hostil
Sim...sou professor, sou aluno, sou todos que estão com medo. Sou o que quiserem que
eu seja. Sou no fim, o início, o recomeço de tudo, sou a história que está sendo contada
e escrita, sou as palavras, as significantes, no fim...sou quem sou.
- Alguém em descoberta
Shakespeare Iludido
Oi, Shakespeare! Tudo bem?
ResponderExcluirSeu texto - principalmente o final dele - me fez lembrar a música "O início, o fim e o meio" do Raul Seixas :)
Achei sua ideia bem interessante e diferente de todas as outras crônicas!
Algumas pequenas críticas:
"eu saberia responder quase que inteiramente e certamente " ---> aqui o certo seria dizer "inteira e certamente".
Entendi que as reticências fazem parte do que o texto tenta passar, mas acho que em algumas partes específicas a leitura ficaria melhor e mais clara sem elas.
"Com palavras e signos, pessoas distantes e distintas se apropriam do meu eu e se dizem certas e convictas para me dizerem e exporem ao mundo, com absolutismo, quem sou. Mas então, quem sou eu, caro juiz e julgador?" ---> Aqui é um exemplo do que eu falei. Tirei as reticências, troquei o "eu" de lugar e botei a vírgula que tava faltando antes do "caro".
Achei o "primo de terceiro grau do Che Guevara" muito engraçado kkkkkkkkk
Um beijo <3
Oi! Seu texto está muito bem escrito, fora alguns errinhos de gramática citados acima pela Leena. Eu mudaria, também, o uso das reticências em algumas partes do texto:
ResponderExcluirDeixaria em "[...] assumo meu novo personagem..." para dar a dramaticidade que você quer ao texto, porém, quando você começa a reconhecer os adjetivos que lhes são atribuídos, eu tiraria e colocaria vírgula para passar a ideia de algo assertivo e firme e não vago- como as reticências sugerem.
Ficando assim: "E sim, sou comunista, se isso quer dizer [...]"
E por último, o formato do seu texto ficou um pouco bagunçado mas creio que foi na hora de enviar para o Matheus, já aconteceu comigo. Isso prejudica a leitura, então tente reenviar formatado, é só pedir pro Matheus que ele deixa! Abraços!!