sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Busca espacial

 Era um dia quente de novembro e um evento muito especial se aproximava. Meus sentimentos se misturavam entre desejo, angústia e ansiedade. 

Eu participava de um projeto na minha escola com mais 3 colegas em que com o auxílio de um software a gente procurava asteroides. O convite surgiu de repente, quando uma professora que atuava bastante na escola organizando evento cultural saiu de sala em sala convocando alunos. Como sou um pouco curiosa pensei "por que não?", então aceitei a proposta.

Dias depois começamos a mexer no programa e dei uma desanimada. Parecia tão morno e sem graça, era só um software em que você ficava com os olhos vidrados na tela do computador a procura de pontinhos. 

Seguimos assim por mais alguns dias, nessa busca sem grandes emoções. Até que um dado momento, os 4 pares de olhos atentos avistaram algo diferente. Surgiu uma euforia e corremos para chamar a professora. 

Quando ela chegou contatou rapidamente o rapaz que coordenava o projeto na cidade. E então descobrimos que aquele não era qualquer asteroide, era O asteroide. Era uma espécie rara que se buscava há algum tempo e acabamos sendo sorteados pela vida para fazer essa descoberta.

Poucos dias depois, Ricardo, coordenador do projeto, entrou em contato com o Dr. Joseph da Universidade de Howard, em Washington, que conta com a NASA University Research Center, para informa-lo desse grande achado. Com isso, Joseph ficou muito animado e feliz, então decidiu organizar um evento para anunciar essa descoberta.

Mas então veio uma proposta inesperada: um discurso em inglês. Era para nós 4 fazermos uma breve apresentação da descoberta em inglês na câmara municipal. Nos preparamos muito para aquilo, estávamos realmente prontos! Mas no dia, o nervosismo e a ansiedade correram pelas minhas veias e tomou conta de mim. E então ao invés de passar a manhã naquele evento importante que tanto desejei participar, sequei minhas lágrimas em meu uniforme sentada num banquinho da praça perto da escola. Ao chegar em casa vi as fotos e vídeos do evento, parecia que deu tudo certo e ocorreu bem. Se arrependimento matasse...


                                                                                                            Mônica Magali

12 comentários:

  1. Nossa, sinto muito que você tenha passado por isso. É horrível perder algo que poderia ter sido bom por medo e insegurança. Mas (eu mesma sou assim como você e tive que pensar e aprender muito) todo dia é uma nova oportunidade, nós apenas temos que nos forçar a aceitar, nos forçar a tomar aquele risco tão assustador. Ótimo texto!

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  2. Coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. Essa frase foi dita pelo gigante Nelson Mandela. Tenho certeza que aprendeu muito aquele dia, Mônica Magali, mesmo não indo ao local. Lembre-se sempre que você é capaz de derrubar qualquer barreira. Aliás,seus textos são sempre incríveis - seria uma pena se não tivesse coragem para escrevê-los, por exemplo. Abraços da Formiga!!!

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  3. Vivendo e aprendendo, parabéns pelo texto.

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  4. Caramba, que difícil. Você faz parte desse projeto e é merecedora demais, Mônica. No trecho "o nervosismo e a ansiedade correram pelas minhas veias e tomou conta de mim" acho que deveria ser "tomaram", já que está se referindo ao nervosismo e à ansiedade. De qualquer forma, adorei a sequência temporal e a escolha de um só evento para descrever. Poucos fizeram isso, adorei.

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  5. É realmente muito ruim quando perdemos certas oportunidades por conta da insegurança ou do nervosismo, mas acontece e a gente pode aprender algo com essas situações. Sobre o texto em si, gostei muito de como descreveu o acontecido e dos detalhes. Parabéns!!

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  6. Gostei do texto, Mônica, deve ter sido uma experiência e tanto pra vc. Parabens

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  7. Caramba, Mônica. Que projeto incrível, parabéns pela descoberta do seu grupo. Infelizmente a ansiedade faz isso com a gente. Já passei por uma situação parecida e perdi uma oportunidade, mas acontece, não se culpe! Parabéns pelo texto

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  8. Dói muito passar por algo assim, o medo te impedir de algo. Me identifico muito com seu relato.

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  9. Sinto muito por ter passado por isso, mas acredito que toda a situação até aquele dado momento deve ter sido foda. Parabéns pelo texto

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  10. Nossa, Mônica, sinto muito pelo o que aconteceu. Imagino o seu sentimento. Muito ruim quando você está tão feliz com algo mas o medo te impede de fazer algo.
    Adorei o projeto que você participou! Parabéns pela crônica.

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  11. Muito legal a experiência, uma pena que você não conseguiu finalizar o projeto mas a gente, às vezes, só aprende a se jogar e aproveitar as oportunidades depois de se arrepender na marra. Tirando umas virgulaszinhas que, julgo eu, teriam dado maior fluidez à leitura foi um ótimo texto.

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  12. Assim como já disseram, é muito triste que você tenha passado por isso. Eu também sinto muito e me identifico bastante com seu texto, também já deixei muita coisa passar por causa da insegurança. Parabéns pelo texto!

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