sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Conto de Fadas

 Era uma vez (sim eu vou começar com o bordão mais clichê de todos os contos de fadas) uma princesa, que vivia num castelo em sua cidade natal, ao lado da rainha e da bobo da corte. Desde que se entende por gente, a princesa mora ao lado da rainha, e a acompanha em tudo, há uma troca de confiança entre elas, pois o rei se casou com outra mulher e vivia em um novo palácio (afinal, toda princesa tem que ter uma madrasta, né?).

Ah, a rainha! Como começar a explicar a rainha? Era uma mulher que chamava atenção, lábios como a rosa, cabelos negros como ébano, pele branca como a neve (mas não, ela não era a Branca de Neve), que espalhava alegria onde ela passava. Ela era adorada por todos, inclusive pela família do rei (o que não ajudava em nada a madrasta da história), tinha um sorriso que melhorava o dia de qualquer pessoa e uma humildade tão grande que muitas vezes se esquecia que era uma rainha. Ela criou a princesa e lhe deu a melhor educação, baseada em confiança, humildade e dedicação, valores que a pequena carrega para sempre em sua vida. E a bobo da corte? Ah, era quem animava o castelo, era branca e caramelo, dorminhoca que só ela, e da raça Shitzu.

Seja por acaso ou destino, chegou o momento da rainha partir, aquele reino já era pequeno para toda sua grandeza, e ela precisava passar seu legado para a princesa. Com apenas uma semana de preparação, a pequena não soube muito bem como lidar com tudo, cometeu alguns erros dos quais não se perdoa, teve muitas lições de vida e, no fim, foi viver com o rei e a madrasta (e todos já sabem o que acontece quando a princesa mora com a madrasta. Se não conhece, pergunte à Cinderella), deixando a rainha seguir seu caminho sozinha.

Até hoje o reino não se recuperou da perda desta grande mulher, e a princesa, imaginem só, agora adulta, após muitas batalhas durante seu crescimento, virou quase um guerrilheiro. Ela não é mais tão delicada como antes, tão sentimental ou dependente, ora, seu coração foi roubado. Não por um caçador, mas pelo grande vilão dessa história: o arrependimento. A pequena carrega consigo o peso de ter perdido o contato com sua rainha, a pessoa que mais se importava com ela, e que, agora ela tinha certeza, era a pessoa com quem ela mais se importava, sua mãe.

E todos viveram felizes para sempre (?), fim.


                                                                                             Cigana Oblíqua e Dissimulada

13 comentários:

  1. Descrição no segundo parágrafo perfeita, deu pra ver que aprendeu bastante com o perfil da ultima aula. Parabéns pelo texto como um todo, muito bom.

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  2. Gostei da narrativa, típica de uma história de conto de fadas mesmo. Boa crônica. Abraços da Formiga!!!

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  3. Gostei muito da crônica, mas acho que o arrependimento poderia ter sido mais desenvolvido. EM momentos achei q a rainha tinha morrido (foi mal kkk). Mas muito boa, adoro narrativas como conto de fadas.

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  4. Caramba, gostei bastante, a abordagem que você utilizou me prendeu do início ao fim. Parabéns!

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  5. Gostei bastante da forma que você escolheu para contar sua história. Muito criativo! E os comentários entre parênteses nos aproximam, mesmo sem nos conhecermos rs

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    1. Obrigada pelo elogio! Se eu te falar que me lembrei da sua crônica em resposta a mim enquanto fazia o texto, com comentários entre parenteses, você acredita? Acho que nosso encontro no restaurante realmente nos conectou hahahah

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  6. Cigana, adorei que usou todo um cenário de conto de fadas para contar sua história. Vou ter que confessar que pensei a mesma coisa que o Michael Scarn, mas depois "despensei" hahahha
    Crônica muito boa!

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  7. Adorei a narrativa, ficou muito bem feita!!
    Parabéns!!!

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  8. Amei a abordagem que você escolheu e a narrativa está ótima, me prendeu na leitura. Parabéns!!

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